Páginas

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Capítulo 12- After Tonight There's Trouble.


P.O.V Selena
_JUSTIN! – Gritei me levantando do sofá e pulando em seu colo, o enchendo de beijos pelo rosto. Ele não devolveu meu abraço, mas eu não me importava, precisava me certificar de que ele estava inteiro e vivo. E ele estava! Meu sorriso chegava a escapar de meu rosto, e depois de alguns longos –e ótimos- minutos colada ao seu corpo com o rosto em seu peito, me separei o observando. Seus olhos eram tão frios e ao mesmo tempo queimavam, e faziam contato visual com Chaz. Balancei um pouco sem ombro pra chamar sua atenção e ele me olhou impassível.
__Eu fiquei tão preocupada e assustada e confusa e tudo ao mesmo tempo! – Falava agitada. - O que aconteceu afinal? Estão todos bem?
__Você me parece estar muito bem. – Ele disse ignorando minha pergunta e eu parei de sorrir por um minuto o encarando pasma.
__Como?
__Não sei por que tanta preocupação repentina, se você está muito confortável aqui com Chaz.
__Preocupação repentina? Você está brincando comigo? – Coloquei as mãos na cintura e ele apenas concentrou o olhar gélido em meu rosto, o mesmo sorriso irônico de sempre estampado no canto da boca.
__Vou te levar pra casa. – Ele mais uma vez me ignorou. – Chaz, vá para a boate, temos muito trabalho para fazer.
__Trabalho? Cara são sete horas da manhã e ainda nem dormi! – Chaz se aproximou de nós encarando Justin raivoso.
__Desculpe se estraguei seus planos de dormir com minha mulher. – Justin nos encarou agora soltando faíscas pelo olhar, senti meu coração gelar e meu sangue ferver.
__VOCÊ É RETARDADO? ALGUÉM TE SOCOU COM MUITA FORÇA? – Gritei assustando os dois. – Como você OUSA, falar, pensar ou sequer cogitar isso, quando na verdade eu estava me matando para saber o que estava acontecendo lá naquela maldita boate?
__Sem ceninha, porra! Eu tive uma madrugada cheia e quando chego aqui vejo você doidinha para dar pra um dos meus melhores amigos e agora quer se bancar de vítima? VAI SE FODER.
__DAR? VOCÊ ACHA MESMO QUE EU IRIA DAR PRA ALGUÉM ENQUANTO UM ATAQUE ESTAVA ACONTECENDO NA SUA BOATE? – Reneguei as lágrimas que queriam escorrer, talvez fosse à raiva do momento, ou a vulnerabilidade em que me encontrava. – Que tipo de pessoa você pensa que eu sou? – Sussurrei com uma quase dor aparente.
__A DO TIPO VAGABUNDA QUE VIVE SE FAZENDO DE VÍTIMA QUANDO APRONTA. – Dei um tapa com força em seu rosto fazendo seu rosto virar um pouco para o lado e minha mão formigar. Eu não conseguia aceitar o que estava ouvindo dele, aquilo tudo estava fazendo meu estômago embrulhar. 
__EU JÁ MANDEI VOCÊ TOMAR CUIDADO COM O QUE FAZ! – Ele gritou me empurrando. – VAGABUNDA MESMO, É ISSO QUE VOCÊ É, UMA VAGABUNDA BARATA IGUAL A TODAS AS OUTRAS ENCONTRADAS EM ESQUINAS E BOATES, VOCÊ É IGUAL A ELAS, SUJA, BARATA E SÍNICA, IGUAL!
Dei um passo para trás, aquilo era pior, pior do que qualquer agressão que ele poderia provocar em mim. Chaz entrou em minha frente empurrando Justin, que estava descontrolado, ainda gritando coisas pra mim que eu já não ouvia não me importava.
__Segura tua onde aí irmão! – Chaz falou segurando Justin.
__Segurar minha onda? – Justin o empurrou com força e eu me afastei dos dois, me apoiando no sofá. – Seu maldito filho da mãe! Seu traíra!
__Cala a boca Justin, para pra pensar em tudo que você ta falando.  Sai daqui, deixa a Selena em paz, não foi só você que teve uma madrugada longa, para de pensar só em você pelo menos uma vez na vida, caralho!
__VOCÊ, SEU MERDA, VOCÊ NÃO MANDA EM MIM! EU VAZO DAQUI QUANDO EU QUISER E RECLAMO QUANDO EU QUISER TAMBÉM! – Justin se livrou das mãos de Chaz passando a mão pelo cabelo e me olhando, talvez com um ar de preocupação. – Vamos Selena?
__Você realmente acha que depois de tudo que você falou agora, eu vou embora com você? – Peguei meu casaco do sofá e me aproximei dele, andando em passos lentos e espremendo os olhos. – Seu babaca.
Fui pra fora do galpão rapidamente de cabeça baixa, abraçando meu corpo. O salto alto dificultava minha caminhada rápida e a grama mal aparada fazia cócegas em minhas canelas, limpei uma única lágrima que escorreu com aquela cena rápida e exaustiva, levantando a cabeça. Eu mal o conhecia e já havia chorado metade de mim por ele, isso não era certo, não era eu. Talvez ele houvesse mostrado sua outra face pra mim naquele instante, ou talvez essa era a sua verdadeira face, o talvez fosse só uma questão de ilusão, pois eu sabia desde o começo que ele era assim. Mas estava na hora do jogo mudar, e eu também mostraria minha verdadeira face para ele. Eu prometi nunca mais deixar meu lado frio e calculista morrer, e ele estava dormindo em um sono profundo e pesado desde o dia em que o conheci naquela maldita sessão de strip. Poucos dias, tantas emoções desconhecidas, tantas regras de ética violadas, tantas perguntas sem respostas, tantos problemas enterrados e tantos já criados. Esse era seu efeito em minha vida, era a análise que conseguia fazer sobre meus últimos dias. E eu tinha a sensação de que isso não iria mudar, e eu nem sabia se eu queria que mudasse.
__SELENA! – Ouvi Justin gritar e logo ele já puxava meu braço. – Me desculpa por tudo lá dentro eu... Eu realmente estou estressado, pilhado e estou sendo um babaca.
__Um COMPLETO babaca.
__Eu sei, porra, eu sei! Agora deixa eu te levar pra casa, vai? Deixa eu te pedir desculpas do jeito certo. – Ele sorriu safado e doce me puxando pela cintura, me separei de seus braços.
__Se liga Justin. Eu já disse que não sou sua cachorrinha, não sou seu objeto e também faço as coisas por mim, como você adora repetir. Não preciso das suas desculpas, da sua carona, não preciso e nem quero nada de você agora. Quero ficar um tempo sozinha e pensar e quando EU quiser, nós conversamos.
__Posso pelo menos te levar pra casa?
__Não quero ir pra sua casa agora.
__Nossa casa. E alias, amanhã já vamos poder nos mudar pra minha casa de verdade. Não é maravilhoso? – Ele sorriu tentando me fazer sorrir e eu simplesmente dei de ombros assentindo. – Tudo bem... Você não está pra papo e nem sorrisos pra mim agora, mas aonde você vai?
__Não sei, pra boate, pra casa da Ashley, pra rua. Quero transparecer, quero um pouco do meu espaço de volta.
__Tem bastante espaço na nossa casa.
__Não Justin! Eu NÃO vou pra casa com você, mas que merda!
__MAS QUE MERDA DIGO EU! – E lá estávamos nós, discutindo mais uma vez. Seu olhar escureceu, mas logo se suavizou novamente. Ele puxou minha mão e passou a língua pelos lábios. – Não posso te deixar sair depois dessa madrugada. Não é seguro, por favor, fique em casa.
__Por que não é seguro? Estão atrás de mim? – Perguntei assustada e ele olhou para baixo.
__Não só de você. – Arregalei mais ainda os olhos e ele pareceu se arrepender pelo que havia falado . – Estão atrás da nossa gangue, ainda não sabemos o porquê, mas é perigoso demais arriscarmos faltar com a segurança.
__Mas... Eu não sou da gangue de vocês. – Falei confusa. – Esse tal de Paul, ele não me conhece não é?
__Agora... Agora ele conhece. – Justin me puxou mais pra perto e eu não rejeitei, estava confusa e curiosa, e não podia negar o quanto tinha esperado pra estar em seus braços novamente. – Ele te viu na boate, ligou os pontos, não sei se já tinha investigado, não sabemos de nada ainda. Mas não posso arriscar te manter longe.
__Ele é perigoso? – Sussurrei assustada e Justin se agarrou mais a minha cintura, colocando o queixo por cima da minha cabeça.
__Não, apenas um pau mandado de alguém. – Ele falava com um tom de voz rouco e calmo, que como sempre, me confortava. – Mas ainda não conhecemos a gangue pra qual ele pertence, apenas sabemos que é nova. Pode ser perigoso, ou pode não ser, mas ainda há muita coisa pra se descobrir. – Ele soltou o ar dos pulmões fazendo um barulho alto. – Por enquanto, resolvemos dobrar a segurança pra cada um e pra suas devidas famílias. E você – Ele beijou o topo da minha cabeça e depois acariciou meus cabelos. – Você é minha família agora. Então por favor, faz isso por mim. Fica em casa, não vai pra rua ou pra boate sem antes termos planejado isso.
__Eles, são em muitos?
__Pelo que Bei descobriu, são sim. Mas são novatos, não conhecem tanto o território como nós. Talvez eles queiram um confronto, uma guerra de poder, para entrar em grande estilo. Mas escolheram a gangue errada, não vamos deixar nada nos derrubar. Há muita coisa envolvida, nossos negócios, nossos nomes, nós mesmos. – O abracei mais forte, tudo aquilo era muita informação para mim, eu não conhecia nada daquele mundo, apenas o básico. – Só mais uma coisa, você poderia, por favor, parar de trabalhar naquela boate? Não quero fechar ela e prejudicar os outros funcionários de lá.
__É... É claro, eu acho. Tenho muita coisa pra pensar, pra assimilar. Justin eu... – Passei os olhos por todo o seu rosto que agora parecia tão mais jovem, mais sereno. – Eu estou com medo.
__Você não precisa ter medo, eu não vou deixar nada, nada mesmo, acontecer com você. – Ele beijou minha testa e eu suspirei, fechando os olhos e aproveitando a paz que os lábios dele contra minha pele me causavam.
__O que você quer fazer agora? – Justin perguntou doce quando paramos na frente do portão da casa dele.
__Quero ficar sozinha. – Disse saindo do carro, ele abaixou o vidro me encarando confuso.
__Nenhum beijinho de despedida?
__Não, sem beijo de despedida, Bieber. Eu falei que queria ficar sozinha pra pensar e é isso que eu vou fazer.
__Você ainda está brava comigo?
__Mas é claro que estou! Você é um completo babaca! – Ele bufou assentindo e deu partida no carro.
Entrei na casa fazendo um caminho diferente, indo até a área da piscina e me sentando para pensar em tudo. Eu estava em perigo, todos nós estávamos. Justin já entrou na minha vida como um problema, mas eu não dava à mínima. Eu era forte. Eu era determinada e forte. Eu não deveria sentir medo e não iria ficar vulnerável na frente dele, nunca mais. Nunca mais daria a deixa para ele agir com estupidez ou pisar em mim. Eu não cometeria os mesmos erros novamente, eu não causaria mais tanta tristeza ao meu coração. Eu iria fazer tudo funcionar dessa vez, e funcionar do meu jeito.
P.O.V Paul
__VOCÊ O QUE?
__E-Eu não cumpri a missão chefe. – Falei encolhendo os ombros vendo que estava ferrado.
__Você é masoquista? – Ele me perguntou com um sorriso debochado nos lábios. Meu ódio por esse cara... Sentia minhas mãos coçarem. – Como tem coragem de vir até mim de mãos vazias? Sabe que vai apanhar né?
__Não vim de mãos vazias, chefinho. – Relaxei na cadeira. – Descobri uma coisa sobre o Bieber.
__Que tipo de coisa?
__Um ponto fraco, talvez. Um alvo pra nossa primeira jogada. – Ele assentiu para que eu continuasse. Na verdade, para a minha primeira jogada. – Bieber tem uma mulher agora. Ela está com eles, mas não faz parte dos negócios, porque saiu da boate assim que ele me viu. Ela é jovem também. Aqui – Tirei do bolso algumas fotos que havia conseguido sobre a menina. – É ela, trabalha como stripper em uma boate, pelo jeito não é de Nova York, mora aqui há cinco meses e divide um apartamento com uma dançarina da mesma boate. Ela. – Mostrei mais algumas fotos da boate, da amiga da garota, etc. Coloquei sobre a mesa toda a informação que havia colhido. Estava esperando uma gratificação maior, um aumento no meu cargo, mas o otário nem ao menos se mexeu. Seus olhos brilhavam e observavam atentos há tudo sobre a mesa, ele parecia perdido e muito concentrado ao mesmo tempo.
__A reconhece de algum lugar? – Perguntei e ele negou ainda concentrado, como se estivesse tendo um flashback. Não apenas seus olhos, como todo o seu rosto estavam fechados, pesados, com uma carga horripilante. Ele me assustava, mas nada ia tirar meu foco de recuperar meu império e derrubar aqueles pirralhos que me foderam. Eu não iria parar até ter as cabeças de todos aqueles que tiraram uma com a minha cara em uma bandeja. Eu era o mais velho dali, eu merecia mais. Ninguém sabia realmente do que eu era capaz, sempre o tolinho, agora o bajulador. Eu apenas precisava de paciência, e só agiria quando estivesse no total controle da situação.
__Eai, chefe, o que faremos?
__Eu a quero.
__Quem? A mulher de Bieber? Sem problemas, podemos passar um corretivo nela e não deixar vestígios. – Sorri convencido.
__NÃO! – Ele gritou transtornado. – Eu a quero viva, em minhas mãos e não podemos falhar. Eu quero destruir aquela gangue de merda e pegar a garota.
__Um sequestro?
__Não, vou por um caminho mais demorado e mais eficiente. Vou atingir esse pirralho do Bieber em cheio e roubar tudo que ele tem principalmente a sua mulher.
__Tudo bem, apenas não entendi porque não podemos a matar logo. A menina não sabe de nada da gangue, é uma inútil, muito gostosa, mas inútil.
__Você não vai a matar. Entendido? – Assenti sem muito interesse, ele era mesmo louco. – Esse será nossa única jogada. Vamos conseguir essa garota, e eu farei qualquer coisa pra pega-la. 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Capítulo 11- Stop And Stare.


P.O.V Justin
Puxei um cigarro do bolso, o acendendo enquanto esperava Selena ficar pronta na sala de estar. Mulheres eram tão previsíveis quando se tratava de horários, todas se atrasavam. E eu já esperava isso dela. Traguei lentamente olhando para o jardim através da janela com o pensamento longe. Sem dúvida meus dias estavam sendo... Estranhos, tudo estava ocorrendo rápido demais e eu já nem me reconhecia. Senti dois braços abraçarem minha cintura e o seu perfume doce e ao mesmo tempo provocante se misturando com o cheiro da fumaça do cigarro, me virei ficando de frente a ela, observando-a da cabeça aos pés, e que eu era um puta de um sortudo e ela uma puta de uma gostosa, ninguém poderia negar. 
__Você está maravilhosa e definitivamente quero rasgar seu vestido agora. – A puxei pela cintura inspirando seu perfume e ela sorriu, me empurrando para trás.
__Recompensas Bieber. Não ganhei seu jantar, e quero pelo menos uma dança e um drink. – Assenti sorrindo safado a puxando pela mão até a garagem.
__E aí, que carro você quer? Temos que chegar a grande estilo, afinal.
__Tanto faz, não ligo pra isso, seu dinheiro e todas essas coisas, deixando bem claro. – Ela me olhou séria, mas depois suavizou a expressão. – E chegar com você, com certeza vai ser chegar a grande estilo, baby.
__É, tem razão. – Sorri convencido destravando minha Ferrari e ela revirou os olhos, entrando no carro em sincronia comigo. – Todos os caras vão estar na casa hoje então, faça o que fizer, fique perto de mim e não de ouvidos a eles.
Ela riu assentindo e partimos.
Assim como eu imaginava, a boate estava lotada, agarrei a mão de Selena forte a fazendo passar na minha frente. Mais uma vez, sentia os olhares todos em cima dela e isso até me deixou um pouco feliz, porque no final da noite, quem levava ela pra casa era eu. Subi para a área VIP onde os meninos estavam todos reunidos na mesa de sinuca.
__EAE JUSTIN! – Chaz gritou empolgado e logo depois formando uma expressão confusa nos olhando de mãos dadas. – Vocês estão... Juntos? – Selena olhou para mim esperançosa e eu assenti colando nossos corpos e selando nos lábios.
__PESSOAL, CHEGA MAIS, O BIEBER TA NAMORANDO!
__O QUE? Namorando? Estamos falando do mesmo Justin ou...? – Lil se aproximou rindo não acreditando assim como todos os outros.
__Não estamos namorando nós estamos... Ahn, juntos. Selena mora comigo agora, é, é isso. – Disse confuso e eles apenas assentiram sem dar muita importância.
__O momento meloso está realmente emocionante, mas o investidor engomadinho já está te esperando no bar há mais de uma hora, tive até que pagar uma puta pra distrair ele. – Ryan falou e assenti entendo o recado, o dever me chamava.
__Culpe ela se perdermos o investimento dessa vez. – Apertei Selena contra meu corpo vendo que ela tinha ficado envergonhada. – Ei, eu volto daqui a pouco, se comporta. – Sussurrei em seu ouvido e selei nossos lábios rapidamente e ela apenas assentiu.
P.O.V Selena
Estava me sentindo deslocada ali sem o Justin, apenas com os amigos dele. Não conhecia nenhum muito bem e eles estavam muito concentrados em uma partida de sinuca ao invés de mim.
__Então patroa, você sabe jogar sinuca? – Chaz, acho que esse era o nome dele, se aproximou meio embriagado de mim me abraçando pelo ombro.
__É apenas Selena, não patroa. – Revirei os olhos e depois os apertando. – E você é o... Chaz, certo? – Ele assentiu sem muita empolgação. – É, eu sei jogar um pouco sim, posso jogar uma?
__Claro, só não vai chorar depois que perder para o jogador de milhões aqui. – Assenti me fazendo de boba. Mas é claro que eu sabia jogar sinuca, era isso que muitas noites fugindo para um bar me renderam.
Já havia passado pelo menos uma hora e meia e eu já estava cansada de jogar com todos os meninos e ganhar deles. O único que não aceitou jogar comigo foi Drake, que mantinha uma expressão séria no rosto. Mas os meninos eram divertidos e eu realmente estava gostando de passar um tempo com eles, mas algo faltava. Algo com um cheiro de perfume importado forte, algo com a pele quente e com um hálito quente e refrescante, Justin fazia falta a cada segundo do meu dia, e isso estava começando a me consumir por inteira. Eu estava me tornando tão dependente dele e apenas alguns dias haviam passado. Estava sentada no sofá no meio de Lil e Ryan e ria de alguma piada típica de bêbado que Chaz contava enquanto bebia uma cerveja. Estava preocupada com a demora de Justin, mas Ryan tentou me tranquilizar dizendo que negociações levavam tempo. Eu entendia isso, mas estava com um aperto no coração, com um mau pressentimento. Não tinha medo que alguma coisa de mal havia acontecido com ele, afinal, ali era o seu território, mas tinha medo de que ele pudesse estar se drogando, bebendo ou com alguma outra puta barata, tinha medo da possibilidade de ele ter me esquecido ali e pensado em outros planos para sua noite. Um arrepio passou pelos meus braços descobertos, tentei me convencer de que ele não faria isso, mas não pareceu funcionar.
E nos próximos segundos, tudo aconteceu tão rapidamente que eu quase não pude acompanhar e assimilar. Pude ouvir Ryan gritando com alguém no telefone e logo depois tiros sendo disparados na pista de dança da boate. Senti alguém me puxar com força do sofá onde estava sentada e me obrigar a começar a correr pela escadaria, me puxando cada vez mais. A música havia parado e tudo que se podia ouvir eram gritos e alguns tiros. Olhei para trás vendo Chris e Drake descendo as escadas correndo com armas na mão procurando por alguém meio a multidão. Tropeçava em meus próprios pés e mesmo assim não parava de correr. Assim que vi uma saída de emergência e um segurança abrindo a porta auxiliando as pessoas para começarem a sair por ali, percebi que o homem que me puxava era Chaz. Saímos da boate e ele continuava me puxando, dessa vez em direção ao estacionamento VIP em que Justin havia estacionado o carro mais cedo, ele destravou o carro me empurrando delicadamente para dentro devido ao meu estado de choque e contornando o carro o adentrando também, logo dando partida. Minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento, minha mente estava cheia de perguntas, mas eu simplesmente não conseguia achar a voz e a coragem para começar a falar. Chaz ainda dirigia em direção a parte mais afastada da cidade, ainda mais pra dentro do que a boate e pelo canto do olho eu podia perceber ele olhando para mim de vez em quando apreensivo.
__Você está bem? – Ele perguntou olhando para mim por um momento me avaliando, depois voltando o olhar para a estrada.
__Não sei. Estou... Confusa, essa deve ser a palavra certa. Confusa e assustada.
__Está tudo bem agora, tudo vai ficar sobre controle.
__Pra onde estamos indo?
__Pra um lugar onde você ficará segura. É um dos nossos galpões, o mais próximo e ao mesmo tempo escondido que possuímos.
__O que estava acontecendo lá dentro, na boate? – Minha voz era calma e baixa, mas meus batimentos cardíacos ainda estavam acelerados e minha respiração descompensada.
__Não sei ao certo. – Chaz franziu as sobrancelhas, quase tão confuso quanto eu. – Justin ligou para Ryan falando alguma coisa sobre o Paul estar na boate e que era para te tirarmos de lá. Quando Ryan ia perguntar o que tinha acontecido, o tiro foi disparado, então eu só te tirei dali antes que as coisas ficassem feias.
__Quem é Paul? E como assim, as coisas ficassem feias? – Agora o arrepio havia começado pela minha nuca e passado forte pelos meus braços e minhas pernas descobertas. Eu não dava à mínima se eu estava segura ou não, queria saber o que estava acontecendo lá e o que Justin estava fazendo lá.
__Apenas... Se acalme, tudo vai se resolver logo. – Chaz ficou sério e voltou toda sua atenção para o galpão no meio do mato que agora eu já conseguia avistar. Ele me deixou ainda mais confusa e com medo.
P.O.V Justin
Estava subindo as escadas para a área VIP quando o vi entrar naquela boate e eu não estava chapado o suficiente para ter alucinações, Paul estava lá, adentrando a minha boate com aquela falsa pose de machão e seus ternos baratos. Senti meu sangue ferver na hora e como em um movimento automático, olhei para cima a vendo jogada no sofá sorridente e despreocupada. Tirei a arma da cintura a segurando e discando o número de Ryan imediatamente. O lugar estava muito movimentado, muito barulhento e eu simplesmente não podia perdê-lo de vista. Assim que passei meu recado para o lerdo do Ryan desci as escadas correndo disparando dois tiros para o alto, fazendo um sinal para um dos seguranças que estavam por perto para esvaziarem o lugar. Raiva era esse o sentimento que me consumia. Eu havia acabado com a vida daquele babaca, eu o vi caindo de joelhos aos meus pés implorando pelo seu negócio de volta, eu me lembro de pegar seu dinheiro em minhas mãos. Era impossível ele ter se recuperado tão rapidamente, eu precisava descobrir o porquê de estar sendo tão corajoso a ponto de entrar sozinho em minha propriedade. Saí correndo entre as pessoas que corriam em desespero para as saídas de emergência olhando para todos os lados o procurando feito um louco. Comecei uma busca pelo lugar com Drake, Chris, Lil e Bei, enquanto Ryan dava explicações falsas para as pessoas sobre o acontecimento. Vi que alguns homens continuavam na boate bebendo seus drinks e conversando e cheguei mais perto deles nervoso:
__Vocês precisam sair daqui agora, circulando, vamos agora! – Gritei e eles apenas me encaravam passivos. Foi aí que a ficha caiu àquilo era muito mais planejado do que eu imaginei. Eles não eram clientes porra nenhuma, e sim capangas do Paul disfarçados, estavam ali à noite toda apenas preparando o território.
__Seus filhos de uma puta! Cadê o Paul? Onde ele se meteu o que ele quer aqui? – Parti para cima de um dos caras que estava na frente derrubando seu copo e o socando com força. Eles eram em três e eu sabia que não podia lutar sozinho, mas a raiva me consumia e eu não estava em condições de ter algum pensamento com lógica.  Um deles me deu uma rasteira por trás me fazendo cair e bater a cabeça com força no chão fechei os olhos gemendo de dor, mas logo depois passei a mão pelo chão procurando pela minha arma e atirando no pé de um deles, que agora estava me chutando e me impedindo de levantar. Assim que atirei tive tempo de levantar do chão e desviando de um tiro distante. Estava cercado pelos outros dois caras que agora me davam socos e eu apenas revidava. Pude ver um deles sendo atingido com duas balas na barriga e logo me largando e caindo no chão. Olhei para trás e vi todos os meninos ali, olhando para mim e logo depois para alguém a minha frente. Repeti o movimento, dando um sorriso irônico logo depois. Paul estava a minha frente com uma arma apontada para minha testa e logo atrás dele havia mais ou menos uns sete caras armados com a mesma pose patética de machão que o líder deles fazia. Não havia mais tiros, gritos ou alguma voz sequer. Apenas olhares mortais sendo trocados e sorrisos irônicos estampados.
__Bom negócio Bieber, eu sempre soube que você era um garoto esperto.
__Sempre fui muito esperto derrotando você.
__Eu pareço derrotado, moleque? – Ele deu um passo à frente e eu fiz o mesmo ficando cara a cara com aquele palhaço. – Por favor, você é um amador. Acha mesmo que roubar meus carregamentos iria me derrubar tão fácil? Eu não desisto assim.
__Sim acho que te derrubaria, porque foi isso que aconteceu. – Sorri largo para ele. – E aposto que você no máximo é o capacho de alguém agora e que sua mulher te deixou logo depois que roubei tudo que você tinha, aliás, ela é realmente muito boa na cama. Não sei como ela ainda te suportava com toda aquela habilidade.
__Isso pirralho, continue brincando com fogo. Pois tenho uma coisa pra você acrescentar a sua história: Sua mãe também é ótima na cama. – Dei uma coronhada com a arma em sua cabeça o fazendo gemer e abrir um corte em sua cabeça.
__É muita coragem sua aparecer por aqui. E seja lá pra quem você está trabalhando avisa que eu só te deixei sair vivo dessa porque não negocio com os peões. – O empurrei em um dos pilares dando três socos certeiros. – E nunca mais fale da minha mãe ou algo do gênero se você tem amor a sua vidinha medíocre de merda.
__Eu passo o recado, mas isso é por enquanto, vamos ver quem vai ganhar no jogo daqui á algum tempo pirralho. Aprenda a se calar de vez em quando e, a propósito – Ele se afastou de mim arrumando o paletó e fazendo um sinal para os seus capangas saírem da boate. – Sua mulher também é linda, seria uma pena algo acontecer com alguém com um rosto tão angelical quanto ela. - Fui pra cima dele mais uma vez, mas Drake e Ryan me seguraram falando que não valia a pena.
__Ih, isso te ofende? – Ele encolheu os braços se fazendo de inocente. –Você devia fazer umas aulas de teatro também Bieber, saber esconder melhor o jogo. Ganhei muitos pontos esta noite.
__Fique. Longe. Dela. – Rosnei chegando perto dele, mas não o tocando. – E não importam quantos pontos você ganha, eu inventei o jogo, eu faço o que quiser com ele. – O empurrei dando as costas e subindo até o escritório, fazendo sinal para Ryan e os meninos me seguirem.
Paul saiu da boate superior, mas podia sentir seu medo e sua humilhação de longe. Mas eu tinha coisas mais importantes pra lidar a partir de agora do que aquele pau mandado.
__O que ele veio fazer aqui afinal? – Drake perguntou se sentando assim como Ryan enquanto Lil, Chris e Bei ficavam de pé.
__Veio pegar informações ou tentar me fazer correr atrás dele, ou tirar nosso foco do que realmente importa. Nossos negócios e quem o mandou aqui.
__Por que tem tanta certeza que alguém o mandou aqui? Ele não podia estar tentando se reerguer e veio aqui pra te roubar ou algo assim? – Bei perguntou cruzando os braços.
__Eu vi uma marca em seus pulsos, uma queimadura em forma de X e pude observar que mais um deles tinha a mesma marca. Isso só pode significar que ele entrou pra uma gangue.
__E ele não seria tão burro a ponto de vir aqui nos roubar, não assim sem planejar. – Ryan concluiu.
__Precisamos caçar esse cara. Seja lá quem ele for, deve ser novo e comprou Paul para ajudá-lo, mal ele sabe que fez um péssimo negócio. – Sorri debochado. – Ele é ignorante, velho nos negócios, não se atualizou. Mas ele me conhece e isso é um começo.
__Acha que o cara está tentando nos dar um golpe então?
__Eu tenho certeza que está. Qual é pessoal, nós já tivemos isso com tantas outras gangues quando éramos novos nisso. Sempre foi um plano eficiente.
__Mas os tempos mudaram isso é furada, não dá mais certo. – Chris concluiu.
__ Ainda mais com a gente. – Lil riu. – Eu acho que devíamos dar um susto nesse cara, ele ainda não aprendeu com quem ele deve se meter ou não.
__Bingo. Mas não podemos perder o foco, quero que reforcem a segurança dos carregamentos e de todas as boates. Não tenho medo de sermos roubados e sim boicotados e se um escândalo como esses cai na mídia, estamos todos ferrados. É época de eleição, todo cuidado é pouco.
Eles assentiram pensativos, enquanto eu pensava em várias maneiras de atacar meu mais novo inimigo. Ele havia conseguido me tirar do sério, despertar o lado competitivo e vingativo em mim, que não era muito difícil de acender em mim, eu iria atrás do cara e não descansaria até ver seu negócio de merda destruído, em minhas mãos e logo depois em chamas. Folgados não se criavam ali, não com nossa gangue. O respeito que todos tinham por nós era o mais importante para a maioria, eu não fazia isso por dinheiro e sim por questão de poder, de orgulho, de humilhação. Era o meu hobby favorito e agora que tinham me atiçado quando eu estava tão na minha, eu não iria desistir.
__Vamos trabalhar então caralho, sem folga! Quero que rastreiem tudo que conseguirem sobre esses caras e Paul, vamos colher informações até chegar ao cabeça da gangue. E se ele não veio por si só, é porque quer se esconder. – Sorri empolgado. – E isso torna tudo mais divertido.
Eles assentiram e logo cada um estava em seu computador nos sofás.
__Ryan. – O chamei para mais perto falando mais baixo para que os outros não escutassem isso não era um assunto para o bico deles. – E Selena, onde está?
__Chaz a levou para o galpão mais afastado como você pediu, vai colar por lá?
__Não, temos trabalho pra fazer aqui, preciso me concentrar.
__Justin, já é quase sete horas da manhã, a menina estava assustada... Você deve isso a ela.
__Eu não devo nada a ninguém. Faço as coisas por mim e se eu quiser busca-la ou visita-la eu vou, com ou sem o seu conselho idiota. – Respondi nervoso e ele apenas deu de ombros. – E Ryan! – O chamei e ele se virou para mim parecendo cansado e impaciente. – Ela não vai ficar sabendo de nada que aconteceu e não a quero envolvida com nada disso.
__Tudo bem, mas ela não é uma criança, ela também vive nisso, deve estar acostumada.
__Foda-se, apenas não abra a merda da boca. Não a quero envolvida nos MEUS negócios, nem confio o bastante pra isso. – Disse estúpido.
__NOSSOS negócios Justin, não seus. Vai pra casa cara, você está pilhado demais pra ficar aqui, amanhã a gente começa essa busca implacável.
__Já disse que faço as coisas por mim. Só mete no que você for chamado beleza? – Dei as costas para ele acendendo um cigarro e me concentrando na tela do computador, desligando o celular.
P.O.V Selena
O vento entrava pela grande janela antiga do galpão e me causava arrepios, mesmo usando a jaqueta de Chaz e estando deitada em dos sofás, enrolada em um cobertor. A temperatura nem havia caído tanto, mas eu estava tão preocupada e tão assustada que a febre já dominava meu corpo, me deixando tonta e enjoada também. Sem nenhuma notícia, nenhuma ligação mensagem, ninguém havia aparecido. Eu precisava saber o que tinha acontecido ou o que estava acontecendo, precisava saber o que aquele cara queria e se tudo havia se resolvido. Precisava saber se as coisas estavam bem, se ele estava bem. Mas não sabia de nada, quatro horas haviam se passado e por mais que eu estivesse cansada, fraca e com sono, não conseguia pregar os olhos nem por um segundo.  Tudo que conseguia ouvir era o vento frio chacoalhando as folhas lá fora e batendo forte na porta de ferro do galpão, às vezes Chaz me olhava do sofá ao lado, com pena. Mas na maioria do tempo ele estava concentrado no computador.
Sete horas e trinta minutos da manhã. O sol fraco já adentrava o local e meus olhos pesavam, sentei no sofá me livrando do cobertor e da jaqueta de Chaz que agora fazia café nos fundos do galpão. Passei a mão pelo meu rosto sentindo meus olhos inchados pelo sono e talvez por ter chorado em silêncio por alguns minutos-ou horas-. Mas tinha quase certeza de que Chaz havia me ouvido e apenas ignorado, para não me constranger. Ele se sentou ao meu lado me entregando uma das xícaras e me dando um sorriso reconfortante, sorri de volta pegando a xícara e tomando um gole, fechando os olhos e saboreando a cafeína.
__Alguma notícia? – O olhei esperançosa e ele abaixou o olhar, logo depois olhando para mim.
__Não... Não consigo falar com nenhum deles e o celular do Justin está desligado.
__Você acha que as coisas... Realmente ficaram feias? – Sussurrei já sentindo meus olhos se encherem de água. Eu estava tão vulnerável a tudo aquilo... E ainda me julgava forte, talvez ele fosse minha fraqueza, talvez não, isso era um fato e eu me sentia tão idiota por ter que aceita-lo.
__Eu acho que não... Não é a primeira vez que isso acontece e já estivemos em situações tão piores, somos bons, somos fodas Selena. – Ele riu fraquinho e eu tentei dar um sorriso também. – Relaxa, tudo vai ficar bem. Talvez eles estejam resolvendo alguma coisa, sabe por causa dos tiros, essa informação não pode vazar para mídia ou algo do tipo.
Assenti tentando me tranquilizar, Chaz era realmente legal. Ele parecia preocupada em me fazer ficar bem e isso me reconfortava de algum modo, eu me sentia segura. Comecei a puxar assunto para poder me distrair e não cair no sono, pois queria me manter alerta a tudo. Chaz era meio caladão e o mais contido de todos eles, mas quando se soltava, conseguia ser inteligente e engraçado e aquele tipo de pessoa com quem você gosta de conversar.
__Você realmente está gostando do Justin né? – Ele me perguntou me pegando de surpresa. Arregalei os olhos. – Assunto restrito? – Ele perguntou preocupado. – Merda, não deveria ter falado sobre ele. – Ele sussurrou brigando com ele mesmo me fazendo rir.
__Tudo bem, foi só... Inesperado. – Sorri o tranquilizando. – Sim, acho que estou gostando dele pra valer, é meio óbvio, não? – Sorri sem graça e ele assentiu. – Eu... Pareço muito idiota por isso? – Perguntei envergonhada.
__Não, você não parece e não é uma idiota, disso eu tenho certeza. – Ele sorriu me abraçando pelo ombro. – Justin é um cara legal também e sei que ele já se importa com você. Ele é meio durão às vezes, fala coisa sem pensar, mas no final, sempre tenta ajudar todo mundo e melhorar as coisas. Vocês vão ficar bem juntos, tenho certeza.
__Obrigada Chaz, de verdade. – Sorri sincera pra ele, aquelas palavras tinham feito o meu dia. – Bom saber que tenho pelo menos um bom amigo pelo lado do Justin.
__Não há de que, gatinha. Conta sempre comigo. – O abracei com força sentindo seu perfume masculino que era bom. Mas nada comparado ao cheiro embriagador do Justin, só de pensar nele e lembrar-se da nossa tarde maravilhosa juntos, meus olhos se enchiam de lágrimas. Fechei os olhos ainda abraçando Chaz, e eu não queria solta-lo nunca. Ele era a única coisa por ali que fazia eu me sentir protegida de certa forma.
__Sentiu minha falta, amor? – Ouvi a voz rouca de Justin soar irônica por todo aquele galpão e abri os olhos me separando de Chaz imediatamente. 

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Capítulo 10- Fix You.


P.O.V Justin
__Então, o que você quer saber sobre mim? – Engoli em seco, não estava preparado pra contar exatamente tudo pra ela. Não sabia nem ao menos se era seguro, a única coisa que eu sabia é que por alguma razão muito estúpida, eu queria fazer isso por ela.
__Como foi crescer em um lugar como esse? Tipo, seu pai sempre foi tão importante e todo esse luxo sempre fez parte de você... Como é não sentir falta de nada?
 __Não é bem assim, Selena. Não é o luxo que faz uma vida ser perfeita. Na verdade minha vida sempre foi... – Levantei as sobrancelhas pensando em tudo que já havia passado, na minha infância, isso fez todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. – Sempre foi uma droga. – Sorri pra descontrair, ela me observava atenta.
__Como assim, uma droga?  Quer dizer... Sua família é perfeita, vocês moram em um lugar perfeito... Nem sempre foi assim?
__Se a questão é o dinheiro, então sim, sempre foi assim. Sempre fui rico e vivi nas melhores condições. Minha família é perfeita na frente das câmeras. Alias manter as aparências pros meus pais é tudo. O resto não importa, nem ao menos eu. Meu pai parece ser o melhor homem, o melhor marido e o melhor pai... Mas tudo que ele sabe fazer de verdade é ser um completo babaca alcoólatra.
__Se manter as aparências é tudo... Como eles concordam com você metido na máfia? Porque afinal, isso é o oposto de ser um bom homem.
__Você acabou de dizer que eu não sou um bom homem? – Ela arregalou os olhos e eu prendi o riso, pra parecer sério.
__N-Não, mas... Ahn... Pra sociedade, er... Sabe, pro emprego do seu pai, isso não é algo que é bom pra imagem de um político.
__Relaxa, você tem razão. Eu não sou um bom homem, mas eu não faço questão nenhuma de ser. Não nasci pra ser honesto e muito menos pra trabalhar, pra ser pau mandado de alguém. – Sorri amargo. – Meu pai faz tudo que os caras com uma posição acima dele pedem, ele é um grande filho da puta. Eu nunca vou me submeter a isso, as coisas são como eu quero e pronto.
__Já entendi, você não gosta muito do seu pai... – Ela me olhou cautelosa e eu assenti rindo da sua cara de assustada. Ela era tão ingênua, afinal. – Mas e a sua mãe?
__Minha mãe é a única razão pela qual eu ainda aguento olhar pra cara do otário do meu pai sem arrebenta-lo. Eu faria de tudo pra tirar ela dessa casa, pra levar ela pro Canadá junto com os meus avós. Mas um governador sem esposa não pegaria muito bem. Então, ela automaticamente obedece meu pai, ela está... Presa a tudo isso.
__E você é o independente que resolveu se envolver com a máfia, ser tipo, um super cafetão?  Seu pai deve estar orgulhoso. – Ela riu debochada.
__Não é bem assim. Nessa casa, estamos todos presos ao meu pai. Eu também preciso manter a porra da aparência de bom moço. Meu pai não sabe que eu sou metido com a máfia, só minha mãe, ela me dá cobertura e muitas vezes se ferra no meu lugar. – Senti meus olhos brilharem, eu não ia chorar não na frente dela. – Eu me sinto um belo de um filho da puta, mas esse é o único jeito de tentar livrar nós dois desse inferno. E a máfia não é minha, é dos meninos, eu só invisto neles.
__Você não é um belo de um filho da puta. – Ela encostou o rosto em meu peito passando a mão sobre meu rosto. Fechei os olhos por um minuto sentindo o toque dela. Ah, aquela mulher... Ela conseguia tirar meus sentidos mais machistas. Eu até conseguia sentir um coração batendo fraco em meu peito, o que daria uma ótima história de amor, se eu não soubesse que de fato, um coração ativo em mim era impossível. Por mais que eu me esforçasse, a única função do meu coração era me manter vivo. – Você está tentando proteger sua mãe, e isso prova que você é sim um bom homem.
__Não eu não sou. – Neguei apavorado afastando sua mão e fechando os olhos, afastando aquele pensamento da minha cabeça e rezando pra que ela o afastasse também. – Eu sou como meu pai. Imundo como ele, eu... Eu não tenho mais esperança em mudar. E não pense que estou sendo radical, porque apenas estou sendo totalmente sincero com você.
__Todos. Nós. Temos. Esperança. Em. Mudar. – Ela sussurrou pausadamente e sua expressão ficou gélida. Seus olhos estavam paralisados em uma das paredes do quarto. Ajeitei-me chegando mais perto dela.
__Selena? Está tudo bem? – Perguntei baixo e ela continuou parada, assustada, viajando em seus pensamentos. Afastei uma mecha do seu cabelo que caía sobre seus olhos e acariciei sua bochecha. – Vamos esquecer isso ok? Vamos falar sobre outra coisa. – Ela demorou um tempo, mas depois olhou pra mim e assentiu devagar. Puxei seu rosto para mais perto dando um longo selinho nela.
__Tudo bem, vou esquecer, eu estou bem. – Ela sorriu, mas o sorriso não foi forte o bastante ou talvez verdadeiro o bastante para chegar aos seus olhos e iluminar seu rosto.
__Agora vamos falar sobre você... Por que foi trabalhar na boate?

__Foi o único jeito de recomeçar minha vida. Era isso ou entrar pra vida do crime, você já me imaginou segurando uma arma? Elas não combinam muito comigo. – Ri baixo assentindo e beijei o topo da sua cabeça.
__Definitivamente não. E você não entraria pra essa vida nem se me matassem e passassem por cima do meu cadáver. Eu nunca permitiria. – Ela sorriu beijando minha bochecha. – E a sua família?
__Você não é o único que tem alguns probleminhas familiares... – Seus olhos brilhavam e evitavam contato comigo. – Eu não tenho mais família, nem ao menos sei mais o que é isso. Mas respondendo algumas das perguntas que estão passando por sua mente agora... – Ela suspirou. – Fui criada por meu pai e minha avó. Minha mãe era uma viciada em todo tipo de droga que ela encontrasse. Qualquer uma era mais importante que a família dela. Ela me abandonou com meu pai e minha avó quando eu tinha 10 meses. Eu não me lembro dela, do seu rosto, mas quando eu era pequena, quando eu ainda morava no orfanato, eu conseguia sentir o seu cheiro, toda vez que chorava. Eu não sei como reconhecia, mas tinha certeza que era o seu cheiro. Aquilo sempre me confortava, mas depois foi só mais um motivo pra me deixar com raiva. Porque o cheiro dela me rodeava, mas ela nunca esteve ao meu redor.
__Espera aí, orfanato? E... Seu pai e sua avó?
__Parece que temos muito mais em comum do que você imagina. – Ela sorriu triste. – Meu pai era traficante, foi assim que conheceu minha mãe. Ele era outro viciado e outro alcoólatra miserável, mas pelo menos cuidava de mim. Às vezes ele bebia demais, ou cheirava demais e acabava me batendo sem motivos. Eu me lembro de... – Sua voz ia ficando cada vez mais baixa e ela parecia lutar contra as suas lágrimas. – De... Dormir com as prostitutas que ele trazia pra casa. Todas elas dormiam com ele em troca de drogas. Alias uma vez eu pedi para que ele me contasse uma história para eu poder dormir, e ele sentou ao lado da minha cama... E ele bebia alguma coisa em uma garrafa grande que pra uma garota de cinco anos, era como água, uma água especial pro ‘’papai’’ porque ele carregava sempre aquela maldita garrafa com ele. Ele me contou sobre como uma linda moça chamada Mamãe foi atrás de um homem rico e poderoso chamado Papai pra poder pegar um pouquinho de pó. – Ela fechou os olhos respirando fundo, uma sensação ruim começava a se formar dentro de mim, como se eu sentisse dor pela dor dela. Caralho era só uma garotinha maltratada, que tinha visto coisas demais quando ainda nem sabia amarrar o tênis. – Pra mim, o tal do pó era um pó mágico ou alguma coisa do tipo. Eu achei que a história ia ser feliz, que eles iam se apaixonar, se casar... Mas ao invés disso, ele me falou, em palavras cruas, que a Mamãe havia prometido favores para o Papai e havia desistido. O Papai não aceitou e acabou forçando a Mamãe a pagar os tais favores. E então, eu nasci. – Engoli em seco, aquilo era demais, demais pra suportar. – Como se pra aumentar minha autoestima, ele tivesse me contado que além de não ser bem vinda naquele lugar, eu ainda tinha nascido por causa de um estupro idiota que ele havia cometido.
__Selena... Você não precisa me contar isso, se não quiser... Eu sei que pode doer e eu não quero te ver sofrer...
__Doer? Não se preocupe com dor Justin. Eu não sinto mais isso, não com essa história. Talvez minha história trágica mereça uma adaptação pra filme, talvez ela seja muito mais criativa e mais impactante que Titanic, mas pra mim, é só mais um show de horrores sem graça. E já que comecei, eu vou até o final.
__Tudo bem, como quiser... – Assenti assustado.
__Mas como sempre existe aquela luz no fim do túnel, eu tinha minha avó. Ela era maravilhosa. A única pessoa da minha família que eu amei de verdade. Ela aguentava todo o estilo de vida do meu pai, todas as grosserias dele, por amor a ele e a mim. – Ela soltou um sorriso como se recordasse de uma lembrança boa. Mas logo, seus olhos escureceram novamente. – Enfim, como eu tenho o dom de perder as pessoas que me rodeiam. Ela se foi. Ela prometeu que nunca me deixaria, mas... Deixou. Me deixou sozinha com aquele homem assustador, e logo depois, ele me largou em um orfanato. Talvez por se sentir culpado de ver que havia deixado morrer a pessoa que mais amava ele, e a que eu mais amava. – Seus lábios tremeram e duas lágrimas escorreram de seus olhos, que agora estavam tão tristes como sua história. – Ele negociou sua própria mãe, a pessoa que lhe deu a luz, em troca da merda dos seus negócios. Ele mandou mata-la para poder salvar o seu tráfico, o seu nome, a sua própria pele. Ele era um homem terrível, ele era o monstro que me aterrorizava todas as noites naquele orfanato. Eu passei nove anos da minha vida naquele lugar, sem falar com ninguém, sem nenhum amigo, só sentindo o cheiro daquela vagabunda e tendo pesadelos com aquele medíocre. Ali eu percebi, dia após dia, que eu estava sozinha, e que no final, eu não servia pra nada. Eu nem ao menos deveria ter nascido e por isso... Por isso as coisas não davam certo comigo. – Suas lágrimas se multiplicaram e logo seu choro ficou forte, acompanhado de soluços. A abracei forte e senti meus olhos arderem. Aquilo era muito pra engolir, ela havia passado por muita coisa sozinha... Tão magoada e complexada, aquilo me dava à obrigação e a vontade de não larga-la nunca.    
__Shh... Nunca mais na sua vida, diga que você não serve pra nada. Você é a mulher mais linda e forte que eu já conheci. Você merece muito, muito mais do que aqueles que te colocaram no mundo. E eu tenho certeza, que sua avó ficaria feliz em ver que você não desistiu em nenhum minuto, que você continuou aqui, ela deve estar orgulhosa de você. – Eu me sentia desconfortável em não saber o que dizer, mas aquilo era o melhor que conseguia.
__Eu não sou forte Justin, eu sou fraca, eu me deixei levar... Eu fiz tanta coisa errada e eu não fui boa o suficiente pra dar orgulho a ela, você não sabe o que aconteceu depois que saí do orfanato, eu errei eu...
__Ei, ei, isso não importa mais, ok? Vamos enterrar esse passado, nada mais importa. Agora você tem a mim, e eu vou estar aqui por você. Eu vou fazer o máximo pra estar tudo bem? Tudo vai se resolver... – Beijei o topo da sua cabeça e sequei algumas lágrimas que ainda molhavam seu rosto. – Vista isso, você está tremendo. – Peguei minha camisa que estava jogada no chão e a vesti com ela.
P.O.V Selena
Ficamos minutos, ou talvez horas, eu não sabia ao certo, em silêncio, os braços do Justin me envolviam com força e eu estava sentada entre as pernas dele, com a cabeça apoiada em seu peito nu. Ele havia me falado coisas tão doces e tinha sido tão atencioso comigo naqueles últimos dias... Mas talvez era só porque ele estava com pena de mim, da minha história. Talvez ele só estava tentando ser legal comigo para eu me acostumar a morar com ele, talvez ele só quisesse continuar me levando pra cama. Eu e meu lado pessimista de sempre, ele sempre me perturbava. Principalmente quando o assunto era sexo. Eu tinha essa mania de me sentir um objeto de desejo para todos eles, e agora com o Justin, parecia que minha insegurança só aumentava. Mas eu precisava perguntar, precisava usar um dos conselhos que Ashley me falou. Precisava testa-lo. Olhei para o seu rosto sereno que antes olhava o nada e agora estava me encarando.  Ele sorriu de lado e afundou o rosto em meu pescoço, inspirando forte e depois começando a deixar uma trilha de beijos por ali. Fazendo todos os meus pelos da nuca se arrepiarem e eu soltar um gemido baixo. Mas eu precisava perguntar, não podia me deixar levar mais uma vez, porque sabia que se continuasse com essa dúvida na cabeça, ela me perseguiria até eu estragar tudo e afasta-lo de mim.
__ Justin... Última pergunta, er... O que fizemos antes? - Engoli em seco esperando por sua resposta.
 __Ahn... Amor? - Ele respondeu confuso, fazendo a pergunta mais para si mesmo do que para mim e parando de beijar meu pescoço, me olhando assustado e ansioso.
Senti todo o sangue de meu corpo parar e se concentrar em minhas bochechas, o encarei no fundo dos olhos, sentia meus olhos brilharem e foi aí que mesmo tentando evitar parecer uma idiota, foi mais forte que eu, eu sorria feito boba olhando pra ele e ele sorriu de volta, mais rindo de mim do que sorrindo. Mas isso não importava agora, ele tinha dito amor! Aquela palavrinha mágica que fazia todo o meu mundo começar a girar mais devagar ainda. Amor, poxa, amor! Isso não significava que ele me amava, mas isso era mais. Mais que só sexo, e ele sentiu isso também, não foi algo a mais que sexo apenas pra mim. Sentia borboletas invadirem meu estômago e fazerem a festa, enquanto eu continuava sorrindo feito boba pra ele. Agarrei seu rosto o puxando para perto e o beijando, mais intensamente do que das outras vezes. E dessa vez, eu não tinha pressa, não tinha desejo de sexo, apenas desejo dele. Dele e da felicidade que ele trazia. 
Suas mãos agarraram minha cintura me virando para ele me fazendo sentar em seu colo, envolvi minhas pernas em sua cintura, separando –infelizmente- seus lábios dos meus para poder respirar. Sua mão levantava minha blusa devagar enquanto eu massageava seu cabelo, voltando ao nosso beijo. Ah, eu o queria e como o queria. Ali, naquela hora e pra sempre.
                                                                             
(...)

__O que você achava de eu fazer nosso jantar? – Justin me perguntou atencioso enquanto mexia em meu cabelo.

__O que? – Comecei a rir, um pouco mais descontrolada do que o normal, deveria ser a felicidade que a palavrinha ‘’Amor’’ havia me causado.

__Você está debochando de mim? – Ele perguntou levantando as sobrancelhas.

__Claro que estou! Sabe, você não tem cara de quem faz comida... – Ri mais ainda o imaginando queimando um miojo ou algo do tipo.
                                                                     
__EI! Todos temos esperança em mudar, esqueceu? – Ele piscou pra mim repetindo a frase que eu havia falando algumas horas atrás, só que sem todo o drama. – Eu posso tentar fazer alguma coisa pra gente comer. Por favor, eu quero tentar.

__Você está implorando pra fazer o jantar? – Perguntei rindo e ele assentiu confuso. – Claro que você pode fazer. Quem eu sou eu pra te impedir afinal?

__Você é Selena. A mulher que mora comigo, divide a cama comigo, que é linda, que fica totalmente engraçada quando está brava ou com vergonha, como agora. – Ele apontou sorrindo pra mim que já sentia minhas bochechas corarem. Mas por que diabos ele tinha que fazer essas coisas comigo? – Você também é muito gostosa, repito, muito gostosa, e é ótima na cama e...

__Já entendi Justin. Eu sou legal e você está falando essas coisas pra me constranger. Agora pode ir fazer o nosso jantar, por favor?

__Não é pra te constranger! É a verdade, é o que eu sinto. – Ele tentou fazer uma cara de magoada, mas logo depois começou a rir. – Tudo bem, foi pra te deixar envergonhada, mas não foi mentira. Você realmente é muito boa na cama, alias você tem uma ótima posição na minha lista... – Comecei a ficar quente novamente, ele era um idiota.
__JUSTIN. JANTAR. AGORA! – Levantei da cama indo até o banheiro e trancando a porta, lavando o rosto. Conseguia ouvir as gargalhadas dele enquanto ele saía do quarto e descia as escadas em direção à cozinha. Aquilo me fez sorrir, mais uma vez, feito uma idiota. Mas pelo menos, eu estava feliz assim, sendo aquela idiota.

Tomei um banho lavando bem o cabelo que agora já cheirava a... Sexo. A sexo, a Justin e a suor. Era uma mistura ótima para lembranças, mas péssima para a aparência dele. Saí do banheiro e vesti um shorts e uma blusa qualquer afinal, ficaríamos em casa. Estava secando o cabelo com a toalha quando Justin adentrou o quarto com uma cara de decepcionado.
__O que foi? – Perguntei preocupada saindo do banheiro.
__Chaz me ligou e pediu para que eu fosse à boate, tenho uma reunião com um futuro investidor. – Aquilo me desanimou e acho que ele percebeu, pois caminhou até parar em minha frente, a distância entre nós era mínima. – Olha, eu realmente não queria isso. Eu queria ficar aqui com você, queria fazer nosso jantar, estava até procurando uma receita na internet... – Ele falou cabisbaixo me fazendo rir fraco. – Mas é importante, não posso deixar eles na mão.
__Tudo bem, eu entendo... Não quero atrapalhar seu trabalho, só não queria ficar sozinha aqui. Hoje é meu dia de folga na boate e essa casa meio que... Me assusta sem você nela.
__Você não quer ir comigo? – Ele sorriu empolgado. – Afinal, é só uma reunião, é pouco tempo e depois podemos aproveitar a noite lá. O que você acha?
__Eu estava torcendo pra você falar isso. – Sorri boba e ele riu assentindo e me puxando pra perto, me beijando.
__Então vai se arrumar, você tem meia hora. Vou trabalhar um pouco no escritório e depois subo aqui, e por favor, sem atrasos. – Assenti dando um selinho nele e me virando animada pro guarda-roupa escolhendo uma roupa pra vestir, ele riu me deixando sozinha no quarto.
Ia ser uma noite perfeita pra aproveitar cada vez mais dele e me apresentar formalmente pra todos os coleguinhas dele.
                              ---------------------------------------------
Oi gente!!! Eu sei que esse capítulo ficou com um pouco de drama e tals, mas era só pra explicar um pouco da história dele e a dela também, é importante....
Mas o próximo vai ter um pouco mais de ação, então aguardem, hehe.
Obrigada por todos os comentários, sério!!! 
E até mais, bjão uhdudhud

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Capítulo 9- Too Close.


P.O.V Selena
Me arrumei as pressas e fui para a boate, a pé lógico. Apesar de Justin ter no mínimo uns dez carros, os carros eram dele, e nós não éramos casados nem nada, pegar um de seus carros não seria certo. Eu não conseguia parar de pensar nele, no que ele estava fazendo, se estava querendo me matar ou estava com outras mulheres. O pensamento me incomodava muito. E será que eu poderia sentir ciúmes dele? Nós não tínhamos nenhuma relação definida, e ele confirmou isso hoje mesmo para mim e todos os seus amigos. Imagens dele com outras mulheres rondavam minha mente como flashes, e eu apertava o passo sentindo arrepios. Ele não era meu, mas eu não podia evitar esse tipo de sentimento. Porque eu queria que ele fosse meu, muito mesmo. E eu já era sua, de corpo e alma, e havia descoberto isso desde a primeira vez que ficamos juntos. O arrependimento mais uma vez tomava conta de mim, passamos uma tarde perfeita juntos e eu como sempre, tinha que estragar tudo. Mas ser sustentada por ele era completamente inaceitável, eu me sentia uma puta barata. Como se ele estivesse me pagando em forma de favores sexuais, fiz uma cara feia diante dessa ideia e depois de uns quinze minutos ainda me perturbando e me culpando pela reação do Justin, tentando descobrir o que era a definição de ‘’Vou esfriar a cabeça’’ pra ele, cheguei à boate.  Só havia passado um dia desde que eu tinha pisado ali pela última vez. Eu estava perturbada e em apenas 24 horas, tudo mudou. Minha vida, meu humor, meu estado de espírito. Eu não me sentia mais tão vazia e aquele lugar não me amedrontava tanto como antes. Aquele buraco enorme que tinha se formado no meu coração desde que eu havia sido largada na porta de um orfanato aos sete anos, aquele buraco que eu achei que nunca mais pudesse se fechar aquele buraco que já não me causava quase nenhum sentimento, aquele buraco que tinha me tornado entorpecida, estava começando a cicatrizar. Ou, alguma outra felicidade causada por aquele homem dos olhos escurecidos e do sorriso de criança estava substituindo qualquer dor que eu ainda sentia. De repente, nenhuma marca do meu passado importava.
Passei pelos seguranças trocando um sorriso com Mark e fui até o camarim, onde todas as meninas estavam se arrumando e sorriram para mim assim que entrei. Cada uma tinha um lugar especial no meu coração, todas elas eram tão fortes e inspiradoras. A maioria estava ali porque assim como eu, escolher esse caminho foi a única opção de vida. Bom, a maioria. Pois, como em todo filme de adolescente, sempre há as vadias malvadas que estão ali por um único motivo: Aparecer e implicar com a protagonista boazinha. Tudo bem, eu passava longe de ser a protagonista e muito menos a boazinha, mas foi a melhor expressão que eu achei para expressar minha história com Lindsay e Vivian. Como Ashley diz vadia que é vadia até nome apontando isso tem e esse era o caso delas. Fui até o meu espaço colocando minha bolsa sobre uma cadeira e escolhendo a roupa que iria usar pra dançar. Me troquei e fui até uma das penteadeiras me maquiar e arrumar o cabelo. Foi aí que notei que uma loira muito familiar passava rímel no espelho ao meu lado.
__Ash! Não tinha te visto aí. – Sorri olhando pra ela que não fez um só movimento para conversar comigo. Ela apenas continuou maquiando seus grandes olhos azuis. – Ash? Por que está me ignorando? – Franzi as sobrancelhas, confusa.
__É claro que você não tinha me visto. – Ela sorriu irônica me olhando através do espelho. – Parece que desde que ele chegou, nada mais importa pra você. Até eu perdi totalmente a importância.
__Ele quem? Justin? – Ela não falou nada, apenas continuou com a cara fechando, agora passando batom. – Ashley, para de ser boba. Eu só estou na casa dele há um dia e você já está em acusando de te trocar? Você é tão ciumenta quando quer. – Ri continuando a observar e aos poucos sua expressão foi se suavizando e ela me puxou para um abraço.
__É eu sei disso. Foi mal, é que é estranho não ter você a todo o momento para me acompanhar. Já sinto sua falta, vadia. – A separei de mim sorrindo.
__Também sinto a sua falta, mas eu já disse, não importa o que aconteça, você sempre terá a mim e eu a você. Somos mais unidas que irmãs de sangue, esqueceu?
__Claro que eu não esqueci, eu sempre vou me lembrar dos juramentos que fazemos quando estamos completamente bêbadas. – Ela riu e eu a acompanhei, terminando de me arrumar.
__E como andam as coisas com o Senhor Bonitão-Ricasso-Idiota-E-Com-O-Ego-Maior-Que-Meus-Peitos Bieber?  - Ashley perguntou enquanto nos alongávamos nas barras de ferro me fazendo gargalhar e rir até perder o folego.
__Estão muito bem, obrigada. E tenho certeza que o ego dele não é maior que seus peitos, isso é quase impossível. – Pisquei pra ela que riu.
__Impossível nada, ele é um mulherengo se achão, tenho certeza que o seu ego é maior que o da Lindsey.
__Pare de falar tão mal dele, um dia você vai ficar pagando pau. – Disse debochada e ela revirou os olhos resmungando um ‘’duvido’’. – E maior que o ego da Lindsay pode até ser, mas baby, nada é maior que esses peitões aí. – Rimos ainda mais alto o que fez um dos gerentes nos darem uma bronca.
Eu nunca me cansaria de passar um tempo assim com Ashley, ela sim fazia toda minha dor, minha raiva, minha tensão desaparecer. Ela era como uma droga pra mim e às vezes até mais eficiente. Eu pensava que isso era um dom dela, que ela seria a única pessoa no mundo que me causaria efeitos de alegria como esse, até eu conhecer o Justin, claro.
A noite na boate foi tranquila, apesar de que eu me atrapalhava muito nas coreografias, pois estava muito preocupada com Justin. Assim que a boate fechou, me despedi de Ashley e cada uma de nós pegamos táxis diferentes. E mais uma vez passava por aquele portão gigante e luxuoso, eu deveria parar de pensar no quão magnifico era aquilo e começar a me acostumar. Subi as escadas correndo aproveitando que não havia mais ninguém na casa e abri a porta do quarto do Justin lentamente, de olhos fechados, com o coração apertado e ansiosa, talvez até esperançosa. Acendia a luz e para minha decepção, a cama estava vazia e arrumada, exatamente igual da última vez que estive ali.
Tomei um banho demorado para tentar tirar o nervosismo do corpo, lavando e massageando o meu cabelo, apesar da hora. Depois tirei bem a maquiagem pesada que estava usando e sequei o cabelo, pois já eram por voltas das cinco horas da manhã. Onde Justin havia se metido? Coloquei uma camisola preta e me deitei na cama, afundando a cabeça no travesseiro de Justin, sentindo seu perfume e logo depois abraçando meu corpo. Ah, a falta que ele já me fazia! Peguei meu celular discando o número de Justin várias vezes, mas todas às vezes chamava até ir para a caixa postal. Sentia meus olhos arderem e acabei deixando uma mensagem no correio de voz dele ‘’Justin...Er... Sou eu, Selena. Claro que você sabe que sou eu... Ahn, onde você está? Eu estou realmente preocupada. Me desculpa por hoje cedo...’’ Fechei os olhos apertando o telefone contra meu peito. Sentia minhas bochechas queimarem de vergonha. Não sabia se podia cobrar explicações por ele, mas agora já estava feito e pelo menos ele iria saber que eu estava morrendo de preocupação.
P.O.V Justin
Há algumas semanas atrás, eu iria esfriar a cabeça bebendo, me drogando ou comendo várias vadias. Mas com Selena morando comigo, eu não tinha mais essa necessidade. O sentimento de saber que tem alguém esperando por você quando chegar em casa é maravilhoso. E eu nunca me imaginei pensando ou sentindo isso. Mas estava acontecendo, e eu não tinha do que reclamar, na verdade. Estava em dos galpões sozinho, apenas trabalhando. Ouvia meu celular tocar freneticamente em um sofá que havia perto da escrivaninha, mas estava concentrado demais para ir atendê-lo.
Assim que peguei meu celular pra ir embora, vi que todas as ligações eram de Selena. Isso me fez sorrir, essa viadagem toda já estava ficando estranha. Se me falassem que eu estaria assim, tão preso á uma mulher, eu mesmo não acreditaria. Ouvi uma mensagem que ela havia deixado e aquilo me fez ficar louco. Eu sentia uma necessidade de tê-la, eu precisava dela. Arranquei o carro daquele galpão e cheguei o mais rápido que consegui em casa. Quando entrei no quarto, acendi a luz e percebi que ela já dormia, sorri involuntariamente mais uma vez e logo depois revirei os olhos pra mim mesmo, apagando a luz. Tomei um banho rápido e me deitei ao seu lado envolvendo sua cintura. Fechei os olhos inspirando seu perfumando e inesperadamente, ela se virou para mim, chegando mais perto do meu rosto.
__Justin? – Ela sussurrou.
__Hmm? – Perguntei saboreando o seu cheiro embriagante e fechando os olhos que já estavam pesados.
__Você está bravo comigo? – Ela perguntou com uma voz manhosa me fazendo rir pelo nariz. A puxei pela cintura juntando e enroscando nossos corpos na cama, a dando um selinho demorado, e ela logo entreabriu os lábios dando espaço para minha língua, nos enroscávamos cada vez mais acompanhando o ritmo das nossas línguas, e aquilo já havia tirado todo o meu sono e meu cansaço. Rolei nossos corpos ficando por cima dela e beijando seu pescoço para recuperar o fôlego. Sentia sua respiração descompensada embaixo de mim e suas mãos passeavam por dentro da minha blusa, no meu abdômen. Aquilo me dava um tesão inexplicável, comecei a passar a mão pela interior das suas coxas, levantando sua camisola e acariciando sua intimidade, logo depois começando a estimula-la. Selena gemia baixo enquanto tentava com dificuldade tirar minha camisa. Parei de estimula-la segurando a barra da minha camisa e a tirando, fazendo seus olhos brilharem.  Suas mãos foram até minha nuca me puxando para mais um beijo enquanto eu tirava sua camisola. Tirei seu sutiã o jogando no chão e começando uma trilha de beijos da sua boca até seus seios, começando a chupa-los. Selena se contorcia enquanto suas mãos passeavam pela barra da minha boxer. Só havia duas peças íntimas de roupas que nos impediam e ambos estávamos loucos pra nos livramos dela. Eu fui o mais rápido, tirando sua calcinha com habilidade, alias cá entre nós eu era ótimo nisso. Ri fraco durante o beijo pelo elogio a mim mesmo e ela me olhou confusa, mas logo depois voltou a tentar abaixar minha boxer. Eu a ajudei e assim que estávamos completamente nus me estiquei até a gaveta do criado mudo puxando um pacote de camisinha e o rasgando. Entreguei a camisinha para Selena e seus olhos brilharam ainda mais de luxuria e prazer. Ela colocou rapidamente, tão ansiosa quanto eu. Entrei nela devagar, a beijando para abafar seu grito estridente e ela evolveu as pernas na minha cintura com força. Peguei seus braços os levantando acima de sua cabeça deslizando minhas mãos até chegar em suas mãos e as entrelacei com força, entrando cada vez com mais força e acelerando mais o ritmo. Minha testa pingava e nossas mãos compartilhavam o suor, pois eu apertava as dela com força. Ela gemeu alto meu nome chegando ao seu limite e eu entoquei com mais força ainda, fechando os olhos e gritando seu nome, desmanchando em cima dela.
Passeava as mãos por suas costas soadas enquanto ela acariciava meu peito, com a respiração acelerada e perdida em seus pensamentos. Ah, se eu pudesse, eu entregaria todo o meu dinheiro para descobrir no que ela pensava.
__Justin...- Ela me chamou olhando para cima, para ver meu rosto e eu a olhei de volta. – Eu quero tentar uma coisa...
__Você é insaciável hein? Não está cansada? – Perguntei assustado.
__Não seu idiota, não isso. – Ela abriu aquele sorrisão que me fez sorrir junto.
__Então, o que você quer tentar?
__Quero conversar.
__Conversar?- Me endireitei na cama e ela também, vestíamos apenas nossas roupas íntimas e eu me sentia mais leve do que nunca. – Sobre o que quer conversar?
__Sobre você, quero conhecer mais sobre você.
__Tudo bem, eu também quero saber mais sobre você. – Sorri e ela sorriu de volta.
Acho que eu poderia me acostumar com isso, ser só de uma. Enquanto ela gemesse meu nome e me desse aquele sorriso lindo que iluminava todo o seu rosto, eu não precisaria mais de nada, não reclamaria mais de nada. E eu não dava a mínima se esses pensamentos não combinassem nada comigo, quando estava perto dela, não sentia mais necessidade de ser  ‘’O poderoso Justin Bieber’’. 

                        ---------------------------------------------------------
Oieee, eu sempre esqueço de fazer essa ``nota final`` hahaha, enfim!! 
Eu queria agradecer a todo mundo que ta acompanhando, comentando, falando comigo no twitter e divulgando a fic, vocês não sabem como eu fico feliz, nem consigo acreditar que as pessoas gostam tanto de algo feito por mim!! UHDUDHDU 
Mas sério, quanto mais vocês me incentivam, mais ideias eu tenho pra essa fanfic, eu realmente to animada com ela, por isso prometo postar com mais frequência e sempre que conseguir!!
E por último mas não menos importante, eu quero dedicar esse capítulo pra linda da Gabrielli (@thisjelena) por ser não só maravilhosa pra mim como amiga, mas como leitora também porque toda força que ela me deu desde o começo foi totalmente importante, e sem ela eu provavelmente nem postaria essa fic, te amo gabbbbbb <3
Até o próximo ;)