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terça-feira, 9 de julho de 2013

Aviso Importante! LEIAM!

Gente, como muita gente pediu, eu resolvi finalmente criar uma conta no AnimeSpirit e postar "Trouble" lá, mas vou continuar atualizando aqui só por precaução.
E não sei se vocês sabem, mas a minha primeira fic (também sobre Jelena), foi "This Love Is Ours", eu escrevi e terminei ela em 2012, na época, eu postava no Nyah! Fanfiction, mas ela foi excluída de lá, então decidi postar ela mais uma vez só pra quem quiser ler, como um bônus :)
Só queria deixar avisado, não é algum plágio da minha fanfic, é minha conta mesmo e criei lá para a fic ter mais reconhecimento e até para quem prefere o site.
Aqui está o link do meu perfil: http://animespirit.com.br/howgabe/fanfics
Link de Trouble: http://animespirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-idolos-justin-bieber-trouble-915794
E em breve, postarei This Love Is Ours.
Muito obrigada, qualquer dúvida falem comigo pelo twitter: https://twitter.com/outlawbbieber
Beijinhos!!!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Capítulo 20- Things Get Worse.

P.O.V Chaz
Tentava o máximo que conseguia me concentrar no trabalho, mas meus pensamentos estavam longe, estavam focados em Selena e por onde ela andava. Ela simplesmente havia saído, sem deixar rastros, sem deixar nem ao menos um bilhete. Pensamentos horríveis rondavam minha mente, não conseguia achar uma opção positiva para sua saída repentina.
As coisas na boate estavam calmas, e logo vi que meus relatórios não estavam dando em nada. Decidi ir pra casa, na esperança de encontrar ela lá, deitada no sofá dormindo ou zapeando os canais, com expressão de tédio estampando seu rosto lindo.
Adentrei o apartamento, mas tudo que encontrei foi o vazio completo. A brisa fresca tinha se transformado em um vento violento, que fazia as cortinas balançarem freneticamente e deixava tudo mais solitário do que realmente era.  Fechei as portas da sacada, apesar de me lembrar perfeitamente que tinha as fechado antes de sair. Fui até o banheiro e lavei o rosto, respirando fundo e encarando meu reflexo no banheiro. O último mês foi marcado pela época mais estressante de toda minha vida. Engraçado como as coisas mudam de rumo, tudo estava bem, parecia bem, tudo no lugar. E de repente uma garota chega e junto com ela uma avalanche de problemas começam a surgir, e além dela mexer com a cabeça e os sentimentos de todo mundo que se aproxima, ainda mexeu com os negócios de todos. Se não conhecesse Selena tão bem, diria que ela era a razão de todos os problemas pra gangue.
Fui até o quarto e encontrei um bilhete em cima da cama.
“Mais uma vez alguém conseguiu a garota antes de você. Você acha que seu pai ficaria orgulho de você, Charles? Aposto que não. Se quiser morrer sem se sentir tão inútil, vá até o endereço que está no verso da folha.”
Li e reli o bilhete várias vezes até virar a folha e encontrar o tal endereço, e era de um lugar muito afastado de todo o resto de Nova York, até mesmo de nossos galpões. Pela fonte escolhida, o tipo de deboche barato e um X impresso quase que invisível no canto da folha pude perceber que era mais um dos bilhetes daqueles mercenários. Eles iriam perseguir e perturbar cada um de nós, esse era o joguinho. Ou pelo menos um deles.
O fato é que eles estavam muito mais infiltrados do que eu imaginei que estariam, e além de estarem com a Selena ou insinuarem isso, tinham vasculhado minha vida, meu histórico pesado e empoeirado e tocado no nome do meu pai, pois sabiam que isso iria machucar. E até me motivar. E eles estavam completamente certos.
Passei a mão pelos cabelos freneticamente e depois peguei o bilhete, o colocando no bolso e arrancando com o carro da garagem do prédio.
Chaz ia provar que nem sempre era tão bobinho, Chaz ia provar que poderia fazer as coisas sozinho.
P.O.V Selena
Horas haviam se passado e por mais que não tivesse noção de como tinha parado ali, tinha certeza que estava em território inimigo. Minhas mãos estavam algemadas e meus pés amarrados. Encostei a cabeça no joelho quase que implorando para ter alguma religião e poder rezar. Eu não queria mais lutar contra tudo àquilo, porque nem tive a oportunidade de começar e já estava exausta, acabada, por um fio de enlouquecer de vez. Sempre fui àquela criança anormal, e a vida me deu mil motivos pra isso. Sempre preferi ler no orfanato a brincar ou interagir, sempre gostei de ficar sozinha, fazendo planos para fugir. Nunca pensei em me formar, virar doutora ou algo do tipo. Minha melhor escola foi a vida, e eu não faria outra coisa no mundo que não fosse a máfia. Tinha planos, para meu próprio negócio, ou para até conduzir do jeito certo o do meu “pai”, mas como precisamos cair um tombo tão grande a ponto de nos quebrarmos em partes para aprendemos, eu fui ingênua e na primeira oportunidade de fugir, me entreguei completamente. O que eu demorei anos pra perceber era que eu nunca poderia fugir do meu inferno pessoal. Ninguém me livraria daquilo, e me prender a alguém que me fazia mal, só para tentar substituir algumas dores e hematomas foi estupidez. E eu demorei exatos cinco anos pra perceber isso. Minha vida nunca foi normal, mas a segunda estupidez –a maior e talvez a melhor- foi querer ser incomum demais e mudar de vida completamente do dia para a noite. Literalmente. Quem nasceu para a desgraça, carrega ela por aí como um fardo impossível de se esvaziar. E meu fardo foi se distribuindo, pesando nos ombros de cada um dos meninos e só destruindo mais lugares e vidas em que eu decidi entrar. A verdade é que se Justin fosse apenas só um cliente, ele não estaria ali. Se não fosse para acontecer, não aconteceria. Justin não era só um cliente, não era só um chefe de máfia novo e atraente para se passar uma noite. Se fosse assim, não teríamos uma ligação, quase que sobrenatural. Se fosse para ser assim, não seria o Justin que eu conheci. Não seria o Justin pelo qual eu fiquei vulnerável da noite para o dia. Uma noite, alguns toques, respirações e olhares trocados e eu estava apaixonada, descontrolada e totalmente dependente dele. Ele pode ter ido a minha procura por outros motivos, algo em sua mente controladora que eu tenho medo demais para me aproximar ou até mesmo pensar sobre isso. O que ele não percebeu é que eu não era só uma mulher, só uma stripper qualquer, só a Selena. Eu era uma carga negativa muito maior em sua vida, e eu acabei arruinando-a em apenas dois meses.
Mantinha a cabeça apoiado nos joelhos e depois de muito tempo ouvi um barulho da porta sendo aberta.  Levantei a cabeça observando um cara careca e muito grande que se encontrava na minha frente, um feixe de luz vindo de fora iluminava uma parte do seu rosto e pude observar uma grande cicatriz em sua bochecha, cortando-a fora a fora.
__Vamos princesa, hora de conhecer o chefinho. – Ele me puxou pelos ombros como se eu fosse uma boneca de pano e foi me arrastando, enquanto eu tropeçava-nos próprios pés e sentia um forte enjoo. “Conhecer?” Pensei, revirei os olhos.
__Se eu pudesse ao menos esquecê-lo para conhecer novamente... - Murmurei e ele me empurrou com mais força, o olhei pelo rabo de olho e ele me encarava feio, como se estivesse me repreendendo por falar.
Ele bateu na porta ainda me segurando pelos braços, quase esmagando meus ossos. Outro homem gigante atendeu, fazendo um sinal para o outro me soltar. Ele cortou a corda que prendia meus pés e eu senti os meus tornozelos arderem na área que estavam presos. O encarei esperando pelas algemas e ele apenas balançou a cabeça negativamente e deu as costas para mim. O outro armário me empurrou para dentro do escritório e eu estava prestes a xinga-lo quando todos os meus nervos congelaram.  Estava a minha frente, em pé, porém apoiando os braços na mesa de vidro, totalmente limpa e organizada. Um vento frio que o ar condicionado causava me acertou em cheio e eu senti minhas pernas se arrepiarem. Ele me encarava ironicamente e eu sustentava seu olhar, logo depois passando os olhos por todo o seu corpo o analisando sem discrição. Ele usava um terno de grife, sem gravatas, apenas o paletó aberto e uma blusa branca bem passada e com alguns botões abertos em cima, e sua invejável pele dourada ficava exposta. As calças pretas como o paletó, os cabelos loiros até a altura do pescoço alinhados para trás das orelhas, ainda assim com a franja bagunçada e uma barba loira crescia por toda a extensão de suas maçãs do rosto até o queixo, contornando a boca. Os olhos azuis tão penetrados em mim que eu poderia jurar que ele estava enxergando não só minhas roupas íntimas, como minha alma. Um relógio caro cobria seu pulso e olhando para debaixo da mesa, pude observar apenas a ponta de seus sapatos caros. Não sei se estava tão nervosa que analisei tudo em segundos, ou se de fato haviam se passado minutos. Mas John estava ali, como minhas teorias e minhas lembranças já escassas do dia em que o fórum explodiu me confirmavam. Ele estava por trás de tudo, e agora eu tinha toda a certeza do mundo que o motivo para tudo àquilo era eu.
__Nossa como você amadureceu docinho. – Ele sorriu irônico e eu não retribui, apenas continuem encarando seu rosto com expressão de poucos amigos. – Não vai se sentar?
__As algemas. – Disse trincando os dentes e ele me encarou confuso. Depois ligou os pontos e sorriu torto mais uma vez.
__Ah sim, Pierre, pode tirar as algemas da bela moça, ela é nossa convidada agora. – Revirei os olhos e o tal Pierre abriu minhas algemas libertando minhas mãos sem nenhuma delicadeza. Puxei meus pulsos de suas mãos de ogro os acariciando e observando a mesma marca vermelha que estavam em meus tornozelos. Ajeitei meu vestido que caía sobre meus ombros, ele era muito desconfortável e o fato de estar usando-o por quase dois dias me deixava no limite.
__Agora se sente, por favor. – Ele se sentou por trás de sua escrivaninha e ficou esperando eu fazer o mesmo, mas continuei parada o encarando. – Sente-se, agora.
__Você não manda em mim. – Disse baixo, pois tentava controlar a raiva de ataca-lo a qualquer momento.
__É aí que você se engana, você está no meu escritório, minha área, sob meus cuidados. Então eu tenho controle sobre você.
__Esse sempre foi seu problema, querido. Sempre achou que tendo posse de coisas tem o direito de ter posse de pessoas também.
__Olhe, eu só quero conversar. Não quero te forçar a nada, estamos sendo apenas amigos agora. Apenas se sente Selena.
__AMIGOS? VOCÊ ME PERSEGUE ME SEQUESTRA E ACHA QUE VAMOS CONVERSAR COMO AMIGOS? VOCÊ SÓ PODE TER ENLOUQUECIDO DEPOIS QUE TE DEIXEI. – Cheguei mais perto de sua mesa. – BOA NOVAS PRA VOCÊ, JOHN, EU NÃO TENHO MAIS 16 ANOS, NÃO TEMOS MAIS NADA, NÃO DEPENDO DE VOCÊ E NÃO SOU MAIS INGÊNUA. EU NÃO TENHO MEDO DE VOCÊ, SEU MERDA.
__Uou. – Ele levantou as mãos em forma de rendição e deu um de seus sorrisinhos sínicos. – Muito estresse acumulado nesses últimos dias, querida? Se eu soubesse disso, teria ido cuidar de você antes. – Ele se levantou tentando tocar meu rosto e eu me afastei.
__Nem cogite a ideia de tocar essas mãos nojentas em mim. Já disse que não vou te obedecer, conversar, me aproximar.
__E VOCÊ VAI FAZER O QUE? – Ele deu a volta na mesa ficando em minha frente. Seu perfume forte e masculino invadiu minhas narinas me deixando mais enjoada, e meu sangue gelou, o tendo tão perto novamente. – HEIN? VAI ME BATER? BATER EM TODOS OS MEUS SEGURANÇAS?  VAI FUGIR PRA CASA DO SEU NOVO MACHINHO? O QUE VOCÊ NÃO PERCEBEU SELENA, É QUE NÃO TENHA NADA QUE POSSA FAZER. – Ele me empurrou e eu cambaleei pra trás. – VOCÊ ESTÁ SIM SOBRE MEU CONTROLE, EU MANDO E VOCÊ OBEDECE COMO A BOA VADIA QUE SEMPRE FUI. – Em um movimento rápido John já agarrava meus cabelos e os puxava com força pra baixo. Dei um grito de dor desesperado e senti duas lágrimas quentes e pesadas descerem pelos meus olhos. Tentei o máximo que pude segurá-las, mas depois que a dor física me atingiu, foi impossível mantê-las. Ele me empurrou até a cadeira e eu sentei, não tendo forças e nem vontade para lutar contra sua força brutal.
Ele sorriu ocupando seu lugar mais uma vez e me olhando, suavizando a expressão.
__Pronto. Agora vamos conversar, como amigos. – Massageei meus cabelos o encarando feio, as lágrimas já haviam secado e eu não sentia vontade nenhuma de solta-las mais uma vez. A raiva dominava meu corpo, ao mesmo tempo em que queria saber todos os seus objetivos e motivos, eu queria arrebenta-lo, atirar em sua garganta.
__Como está se sentindo? – Ele perguntou sínico. Espremi os olhos.
__Como você acha? Por que você é assim tão sínico? Como consegue ser tão cruel? Tão filho da puta? – Disparei em falar e ele apenas me encarou surpreso, mas ainda assim mantendo o sorriso que nunca ia embora, e só me deixava com mais vontade de acabar com sua vida.
__Sabe Selena... – Ele se levantou pegando um copo de seu bar e o enchendo com um líquido que deduzi ser uísque. – Ainda me lembro com todos os detalhes o dia em que eu acordei e você não estava mais lá. Eu senti tanta dor, claro, nunca imaginei que você me machucaria daquele jeito e...
__Acordou e eu não estava mais lá? Você é um puta de um falso, isso sim. Você não se lembra de como estava bêbado, de madrugada e me perseguiu até o inferno, como antes de eu fugir, me bateu e quase me matou? Jura mesmo que você não lembra?
__Eu lembro, mas aquilo foi uma recaída. Nunca imaginei que você me deixaria só porque havia abusado da bebida um dia, achei que podíamos superar aquilo juntos.
__”Uma recaída”. Cale a porra da boca, vá direto ao ponto.
__Este é o ponto, docinho. Você me deixou sem nem ao menos me dar uma chance. Eu estava abusando da bebida, porque estava começando na máfia, organizando tudo para meu próprio império, para o NOSSO império!
__ISSO NÃO É VERDADE! VOCÊ ME MACHUCAVA E BEBIA POR PRAZER, EU ERA SEU BRINQUEDINHO, SEU BRINQUEDO DE ABUSO E DIVERSÃO PESSOAL. SEU CRIMINOSO!
__Querida, você está me ofendendo! – Ele bebericou sua bebida e fez uma cara de afetado. – Não me faça sofrer mais uma vez, eu não suportaria.
__Você é ridículo! Você estragou minha vida, deixou marcas em mim que eu nunca vou superar, nunca vou poder esquecer. Eu era só uma criança. UMA MALDITA CRIANÇA E VOCÊ SEU MONSTRO, TOMOU CONTROLE DE MIM SEM EU PERCEBER! O QUE QUER DE MIM? VOCÊ TEM SEU IMPÉRIO, EU ESTOU COM MINHA VIDA FODIDA E VOCÊ COM SUA ÓTIMA VIDA, POR QUE NÃO ME DEIXA EM PAZ?
__PORQUE VOCÊ É MINHA! E SEMPRE VAI SER, E SEU LUGAR É COMIGO. E NÃO COM UM VIADINHO DE MERDA COMO O BIEBER.
__VOCÊ É DOENTE! – Levantei mais uma vez, sentia minhas mãos tremerem. – DOENTE E LOUCO! NÃO PERCEBE? VOCÊ É UM MERDA PERTO DE JUSTIN, DE TODOS ELES. VOCÊ NUNCA VAI CONSEGUIR CRESCER COMO ELES, NUNCA VAI ME TER, VOCÊ NUNCA VAI SER NADA DE IMPORTANTE EM TODA A SUA VIDA! – Senti meu rosto formigar e virar com o tapa forte que ganhei. Coloquei a mão no local e o encarei com mais raiva ainda.
__Isso, é pra você nunca mais na sua vida pensar em me subestimar. –Ele passou a mão nos cabelos nervoso. Tinha tocado em seu ponto fraco: O fracasso. – Eu vou superá-lo, sabe por quê? – Levantei o rosto o encarando como se pedisse um argumento muito válido.
__Porque eu tenho uma arma secreta. – Ele mais uma vez se aproximou através da mesa, tocando uma mecha do meu cabelo, mas eu logo dei um tapa em sua mão o fazendo soltá-lo. – Você meu anjo, vai me ajudar a derrubar a gangue deles de vez e fazer nós, os Xtremes dominar Nova York, e logo o resto do mundo.
__Os Xtremes? – Soltei uma gargalhada um tanto quanto forçada. – Você já parou pra pensar o quão gay isso fica? Com esse seu pigmeu em forma de pinto então, as mulheres vão fugir rapidinho.
__JÁ CHEGA! – Ele gritou me dando mais uma tapa, dessa vez tão forte que eu cambaleei para o lado. Senti meus olhos arderem assim como o resto do meu corpo.
__QUER UM BOM MOTIVO PARA ME OBEDECER E FICAR CALADA? – Ele segurou meus pulsos com força me olhando nos olhos, me ameaçando. – O Bieber e o Somers estão lá fora no momento, esperando o momento perfeito para vir salvar a donzela de suas vidas. É claro que eles se acham muito espertos, acham que eu não teria coragem de mata-los, pois assim não cumpriria meu plano. Mas eu estou um passo a frente, e a verdade é que não preciso deles para nada.
__Justin é muito mais esperto que você, seu otário. Você não está a um passo a frente porra nenhuma, se ele veio é porque tem um plano muito bem melhor e mais bem bolado do que os seus de merda.
__Sim, como aquele que quase te matou? – Ele riu debochado e eu engoli em seco. Aquelas lembranças me invadiam como facadas por todo o meu corpo. – A vadiazinha teimosa ainda não está contente? Pois bem. – Ele me segurou mais brutalmente e depois me soltou, indo até o computador e o trazendo em mãos.
__Você sabia que eu estou noivo, Selena? – Ele abriu um sorriso tentando se passar por inocente, mas como já disse, o seu sorriso sínico e falso nunca o abandonava. – Não é maravilhoso? Até convidaria você e Bieber para serem nossos padrinhos, mas minha noiva não simpatiza muito com ele.
O encarei confusa, esperando a moral de toda a história. Ele virou a tela do computador para mim, revelando uma foto dele e de Ashley em uma praia, sorrindo e se abraçando. O vento batia nos cabelos loiros de Ash, e ela sorria de orelha a orelha para baixo, John beijava sua bochecha meio que sorrindo meio que beijando, olhando para baixo também, enquanto seu braço estava sobre os ombros de Ashley e suas mãos entrelaçadas. Engoli em seco, senti meu coração parar de bater e de repente bater tão loucamente, quase que arrebentando meu peito.
__V-Você... NÃO! – Andei para trás fechando os olhos, e tapando os ouvidos. – NÃO! NÃO!NÃO! COMO VOCÊ PODE? – Sentia as lágrimas correrem por minhas bochechas. – SEU MONSTRO! SEU FILHO DE UMA BOA PUTA! EU NÃO ACREDITO! NÃO! – Chorava descontroladamente enquanto John colocava o computador no lugar, sorrindo ao ver o quanto tinha me atingido. Ele jogou a cabeça para o lado me observando, o encarei de volta ainda chorando, segando as lágrimas e tentando ir para cima dele, arranhando seu rosto, seu pescoço e todo o lugar que minhas unhas encontravam.  Ele me empurrou para a parede, fazendo minhas costas se chocarem com força, soltei um gemido abafado de dor, ainda tentando o atingir, até que ele me imobilizou.
__Bons motivos né? – Ele sorriu sínico, passando a mão pela minha cintura. – Então, vamos fazer um trato. Você se alia a mim, em segredo lógico, volta a conviver com Bieber e me ajuda sempre que eu precisar. E eu garanto a total segurança de sua amiguinha loira inútil, assim como a de Chaz e de todos os outros. A de Bieber eu não garanto, pois não gosto de promessas não cumpridas.
__EU ODEIO VOCÊ! ODEIO VOCÊ!- Não conseguia conter as lágrimas, ele havia manipulado minha amiga, a feito de refém as escuras, e Ashley estava tão feliz com a notícia que ia me dar. Em pensar que... Eu não conseguia raciocinar direito. Chorava compulsivamente, havia chegado ao meu limite. Era muito para assimilar, muita coisa para absorver. Estava tonta, senti minhas pernas fraquejarem e quase tive que me apoiar em John, quando ouvimos um grande estrondo na porta, e Justin apareceu logo depois, com uma arma apontada para a cabeça de John e outra para um dos seguranças que tentava o impedir de entrar, logo acertando uma bala bem no peito do mesmo.

__Solta. Ela. Agora. Seu filho da puta de merda. – Ele disse entre dentes, usava um capuz preto junto com calças e tênis pretos, e o cabelo desarrumado caía sobre seu olho. E mesmo assim, sua mira era perfeita e precisa. Nossos olhares se cruzaram, ele passou a língua pelos lábios suspirando apreensivo a me ver naquele estado e depois, tudo ficou escuro. Minhas pernas fraquejaram mais uma vez, eu caí desacordada como uma boneca de pano no chão.

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Oi gente!! Sei que ando demorando pra postar os capítulos, mas além de estar muito ocupada eu estava totalmente sem criatividade pra continuar. Mas acho que consegui retomar o rumo a história, e a partir desse capítulo as coisas vão voltar a se ajeitar. Pretendo postar 2 ou 3 capítulos por semana nas minhas duas semanas de férias, não prometo nada, mas to me programando pra isso!! Beijo
OBS.: Mais uma coisa, dois personagens importantes entraram na história agora, a Candice e o John.
Pra quem quer ter uma ideia de como eles são, aqui está a Candice (Swanepoel) e o John (Victor Noriega).
Até o próximo, por favor comentem o que acharam por aqui ou no meu twitter: @outlawbbieber

domingo, 23 de junho de 2013

Capítulo 19- Black.

P.O.V Selena
Algumas coisas na vida são difíceis de explicar. Como, por que as pessoas que mais amamos tem que partir. Ou por que nos sentimos mais felizes em um dia de inverno ensolarado do que em um dia de verão com chuva. Ou por que seguimos nossa vida pelo orgulho. Acho que isso é um pouco pessoal.
Sim, eu sigo minha vida pelo orgulho, e a pior coisa que eu poderia fazer para mim mesma é demonstrar fraqueza. E eu não vou, nunca mais, me prejudicar.
Girei a chave destrancando a porta e adentrando o apartamento, que cheirava a mofo e terra molhada. As luzes estavam todas apagadas e as cortinas fechadas, nem sinal de Chaz. Não sabia ao certo se isso era um bom ou mau sinal, porque eu sentia falta dele, mas não queria enfrenta-lo no momento, com tantos pensamentos me atacando ao mesmo tempo. Tateei a parede até achar o interruptor para acender as luzes da sala, o cansaço físico já me atacava, mas não me incomodava tanto quanto os pensamentos e lembranças que atacavam minha cabeça, fazendo um barulho estrondoso e me deixando tonta. Quando finalmente achei o interruptor, fui surpreendida por uma mão, que agarrou meu pulso e me puxou para a parede, fazendo meu corpo se chocar com o cimento gelado. Minhas mãos foram juntadas as minhas costas, e então a mão gelada e brutal as amarrou. Minha tontura aumentou e por mais que eu tentasse, não tinha forças pra me debater.

P.O.V Justin                                 
Exausto.  Essa era a palavra mais adequada. Exausto de pensar, de gritar, de sentir raiva e aquele sentimento sufocante que chamavam de... Tristeza. Estava exausto fisicamente, ainda sentindo todas as partes do meu corpo se retrair com o seu doce toque. Sentia seu cheiro por toda a minha pele, e só queria me desprender de todos aqueles sentimentos sujos.
Telas vazias, folhas de argila intactas
Espalhadas na minha frente como o corpo dela um dia esteve
Todos os cinco horizontes girando em torno de sua alma
Como a Terra ao redor do Sol
Agora o ar que experimentei e respirei mudou de repente
Deixei o carro no jardim de qualquer jeito e peguei uma pasta no banco de trás com alguns pagamentos a serem feitos da boate. Meu dia estava cheio, cheio de compromissos e frustração. Ouvi uma movimentação e uma mistura de vozes incomum vindo da sala de tv e me deparei com todos os caras jogados no sofá jogando videogame e mexendo no celular.
__BIEBER! – Chaz gritou divertido, mas seu sorriso logo se desmanchou quando notou minha cara de poucos amigos.
__O que vocês estão fazendo na minha casa? – Perguntei sem delongas e sem tentar disfarçar que não tinha gostado da ideia.
__Eu os convidei para um almoço como antigamente! – Pattie apareceu da cozinha, vindo até mim com um sorriso no rosto e me dando um beijo na bochecha. – Por onde andou filho?
__Resolvendo uns negócios. – Falei me afastando dela. – Vou subir e tomar um banho, não sei se vou almoçar.
­­__Não vai ficar aqui com seus amigos? – Ela me perguntou com uma expressão de decepção no rosto.
__Tudo bem, eu desço. – Passei a mão no rosto olhando pros caras, Ryan me olhava atentamente, Drake e Brown estavam jogando videogame e Chaz e o Twist mexiam no celular despreocupados. Za havia desaparecido.
Subi largando a pasta em qualquer lugar na cama e tirei a camiseta e os óculos. Precisava de um bom banho pra tirar todo o cansaço e o cheiro de Selena do meu corpo, se isso era possível.
E o que ensinei a ela era tudo
Sei, ela me deu tudo que ela tinha
E agora minhas mãos ásperas tremem sob as nuvens
O que foi tudo isso?
Todas as imagens tornarem-se pretas, tatuando tudo
__É ela. – Ryan apareceu na porta do meu quarto que ainda estava aberta. Me virei pra ele com uma expressão confusa no rosto.
__Ela o que?
__O motivo para suas olheiras e essa sua cara de fodido. É a Selena. – Ele cruzou os braços na altura do peito, esperando alguma resposta.
__Você é um bosta. – Disse sério e depois suavizei a expressão, respirando fundo. – Sempre sabe o que anda acontecendo comigo.
__Fala.
__Nos encontramos. – Eu disse simplesmente e ele arregalou os olhos, abriu a boca pra falar, mas eu o interrompi. – Ela está viva cara. Vivinha, intacta, a não ser por alguns ferimentos. Eu a encontrei no raxa ontem, eu a levei pro galpão.
__Justin, eu não acho que...
__ELA ESTAVA LÁ PORRA! Eu também não imaginei isso, e agora estou me sentindo um completo idiota por não pensar nessa hipótese.
__E pra onde ela foi?
__Eu não sei! Ela parece uma assombração, eu acordei e ela já não estava mais lá. Não sei onde ela está escondida, mas tenho certeza que tem alguém escondendo ela.
__Justin, tem certeza que você não imaginou? Digo, você estava chapado, podia ter visto o rosto da Selena em outra mulher com quem ficou.
__Eu não sou louco, Ryan. – Bufei. – Era ela, seu rosto, seu corpo, seu cheiro, sua voz, a mesma cara de vadia que estava me enganando esse tempo todo. Eu vou acha-la, ah se vou.
Fui para o banheiro e bati a porta com força o deixando sozinho.
E pensamentos confusos invadem minha cabeça
Estou girando, oh, estou girando
Como pode o Sol se por tão rápido?
E agora minhas mãos machucadas seguram com cuidado os vidros quebrados
O que foi tudo isso?
Tomei um banho rápido, pois todo aquele papo com Ryan havia me deixado nervoso.
Peguei a primeira roupa que vi pela frente, junto com meu par de óculos escuros e a chave de um dos carros e desci as escadas rapidamente.
__Aí Justin, a gente já ta indo. Você demorou então, resolvemos comer sem você. – Za disse como um pedido de desculpas. Demorei? Então meu banho não deve ter sido tão rápido quanto eu pensava.
__Tanto faz. – Disse ainda mal humorado. – Tô saindo também, e não vou passar na boate hoje. Ryan cuida disso. – Entreguei pra ele a pasta com os pagamentos a serem feitos na boate e saí de casa, sendo barrado por Pattie no jardim.
__Onde você vai agora?
__Resolver minhas coisas, não me lembro de ter que te dar satisfação. – Disse impaciente me livrando de seus braços e de sua expressão protetora.
__Grosso. – Ela resmungou e entrou em casa. – Dei um sorrisinho amargo já adentrando o carro.
Fui dirigindo feito um louco pelas ruas, minha mente trabalhava rápido para achar alguma dica de em que lugar a encontraria. Parei o carro em uma sinaleira e respirei fundo, fechando os olhos. Estava tão pilhado que minhas mãos tremiam enquanto procurava um cigarro. Antes de conseguir acender um, senti duas mãos geladas e femininas cobrirem meus olhos, e uma respiração se aproximar do meu ouvido.
__Sem fumar dentro do carro, querido. – A voz era rouca e completamente vulgar. E até... Familiar? Consegui me desprender de suas mãos e virei para trás assustado.
Candice Miller estava pelada no banco de trás do meu carro.
P.O.V Selena
Abri os olhos e tudo que consegui ver foi: preto. Duvidei de que realmente havia aberto e pisquei várias vezes, tentando ver se algo se iluminava. Nada. Tudo continuava apagado, abafado e sufocante.
Todas as imagens tornaram-se pretas, tatuando tudo
Todo o amor tornou-se mal, transformou meu mundo em escuridão
Tatuando tudo que vejo, tudo o que sou, tudo o que serei 
Tentei me mover, mas senti uma fisgada forte na cabeça e parei. Ainda estava fraca demais para conseguir levantar. Tentei mover meus braços para tocar a cabeça, mas percebi que eles estavam amarrados a minhas costas. Por mais que tentasse, não conseguia lembrar o que havia acontecido e como tinha parado ali.
Ouvi vozes abafadas e um barulho alto de porta enferrujada soou. Uma luz entrou em contato com meus olhos, incomodando minha visão. Fechei os olhos automaticamente quando ouvi passos.
__Viu, eu disse que era ela. Eu disse que não ia fracassar. – Uma voz masculina nervosa disse.
__Finalmente, talvez você não tenha se tornado tão imprestável assim. Agora as coisas vão começar a andar como o planejado. – Não podia ser... Senti meu coração bater mais forte. – Eu consegui a garota. – A voz forte e quase que perigosa soou mais uma vez. Eu tinha não só certeza, e sim certeza absoluta de que era ele quem estava por trás disso tudo.
Eu estava literalmente fodida.
P.O.V Justin
__Pronto. Agora me explica como você conseguiu entrar no meu carro. – Disse deitando no banco do carro, olhando sério para a loira nua em minha frente. Tentando ignorar a vontade louca de foder ela e os nós que minha mente fazia.  Havia estacionado em um acostamento no meio do nada.
__Eu tenho meus truques, achei que você soubesse. – Ela disse passando para o banco da frente e sentando no meu colo. Fechei as mãos em punho e tranquei a respiração, tentando afastar a excitação de mim, enquanto Candice passeava com as mãos pela minha barriga e rebolava em meu colo.
__O que você está fazendo aqui Candice? Em Nova York? No meu carro?
__Eu senti saudade. – Ela sorriu mordendo o lóbulo de minha orelha. – E quis te visitar.
__Eu não sou otário, achei que você soubesse. – Disse agarrando sua cintura e copiando sua frase. Comecei uma trilha de beijos pelo seu busto e seu pescoço, e ela fincou as unhas no meu abdômen, mostrando que também estava excitada.
Ela me olhou, mordendo o lábio inferior e eu apertei mais uma vez sua cintura, aproximando nossos rostos e invadindo sua boca com minha língua sem esperar seu consentimento. Ela encostou seus seios em meu peito e seus bicos endureceram. Continuei brincando com seu pescoço enquanto ela tirava minha blusa agressivamente sem muita dificuldade e fazia um caminho com suas mãos apertando meu peitoral, meu abdômen e chegou ao zíper da minha calça. Me inclinei deixando ela descer minha calça e brincar com a barra da minha cueca. Meu membro implorava pra ser solto e aquele joguinho de provocação acabar. Nossas bocas se encontravam sem sincronia, porém com uma ferocidade cada vez mais além. Minhas mãos tocavam sua bunda, sua coxa bem definida e subiam para seus seios, enquanto ela revirava os olhos e estimulava meu membro por cima da cueca. O carro estava abafado, nossas respirações entre cortadas e o suor escorria pela minha testa. Comecei a marcar a região de seus ombros e seu pescoço com meus dentes, enquanto ela liberava por completo meu membro e o masturbava. Puxei uma camisinha do porta luvas ainda com ela em meu colo, arranhando minhas costas e beijando meu pescoço. Entreguei a camisinha a Candice, e em dois tempos ela já havia colocado e se agarrado a mim. Ela levantou um pouco, fazendo seus seios encostarem-se a meu rosto e eu beijei o espaço entre eles, ela se sentou novamente soltando um gemido alto quando eu entrei totalmente nela. Seus arranhões foram ficando cada vez mais fortes e eu a bombeava com força, sentindo o suor escorrendo pela minha testa cada vez mais. Candice não continha um gemido se quer, e eu gemia junto, por mais que a excitação que sentia por ela não era o suficiente para me enlouquecer. Beijei-a com mais vontade puxando seu cabelo com força e mordendo seu lábio inferior. Ela gritou entre os gemidos e eu senti que tinha chegado ao seu limite. Bombeei-a com mais força e cada vez mais rápido e fechei os olhos, reprimindo um gemido quando finalmente gozei.
Candice se agarrou mais em mim e passeou a mão pelas minhas costas, deslizando algo gelado até chegar a minha nuca. Logo reconheci, ela havia encostado uma arma em mim. Peguei a minha que estava guardada ao lado do banco de motorista e encostei-a na  sua cintura.
__O que você quer porra? – Falei entre dentes. Eu sabia que ela estava ali por algo, e era algo muito além de voltar a foder comigo.
__Quero que você desencoste essa arma de mim e dirija pra onde eu mandar. – Ela disse autoritária. Ri sem humor balançado a cabeça e desencostando a arma de seu corpo.
__Não recebo ordens de ninguém, quem dera de uma vagabunda feito você, loira. – Disse no pé do seu ouvido fazendo-a estremecer. Eu sabia que ainda mexia com ela, muito mais do que ela mexia comigo.
__Acredite, você vai querer receber de mim. – Ela disse afastando o cabelo do pescoço e se inclinando para mim, senti seu cheiro doce e forte demais invadir minhas narinas e olhei para o lado tentando desviar de seu jogo de provocação. – Olhe para o meu pescoço, seu idiota. – Ela disse impaciente.
Olhei também impaciente e minha expressão caiu. Um X estava tatuado ali. Agora tudo fazia sentido, ela trabalhava para aqueles filhos da puta! Puxei seu cabelo com força fazendo-a me encarar e encostei novamente a arma, só que agora em sua têmpora.
__Me fala quem é seu chefe e eu deixo você sair viva daqui. – Disse com raiva. Ela riu e eu puxei seu cabelo com mais força.
__Para Justin. Você está me machucando. – Ela disse entre dentes fechando os olhos.
__Eu não me importo. Fala logo, vadia. – Apertei a arma com mais força contra seu rosto, e soltei seus cabelos, apertando sua bochecha dessa vez. – FALA LOGO, CARALHO.
__CALMA, CALMA! Me ouve, por favor! – Afrouxei um pouco a mão de seu rosto e a deixei falar. Ela respirou fundo se fazendo de vítima e eu revirei os olhos.
__Cinco minutos, nada mais. – Disse.
__Me mandaram aqui, pra te seduzir e te conduzir a um lugar. O lugar... Que estão escondendo ela.
__Ela?                                   
__É, sua garota. Aquela moreninha sem graça. – Ela revirou os olhos nervosa. – Não me importa, foi só uma ordem que eu segui. Eles estão com ela e é melhor você ser rápido ao ir até lá.
 __Recebeu ordens? Por que está trabalhando pra eles?
__Porque eu precisei disso. A vida não é fácil pra todo mundo, Bieber. Nem todos tem a mesma sorte que você.
__CALA A PORRA DA BOCA. – Não admitiria que ela falasse comigo como se eu fosse privilegiado em algo. Eu só era mais esperto que os outros, e isso não era minha culpa. – Só me fala o endereço logo, vou te largar em qualquer lugar perto do local. E coloca sua roupa. – Disse enquanto ajeitava minha calça e vestia minha blusa. Ela bufou e foi para o banco de trás, colocando o vestido que estava usando e pulou para o banco da frente novamente.
Afundei o pé no acelerador, agora sim, acendendo um cigarro e apertando o volante com força.
Sei que algum dia você terá uma vida maravilhosa, sei que você será uma estrela
No céu de outra pessoa, mas por que, por que, por que
Não pode ser, não pode ser no meu?
Nós, nós, nós, nós, nós devemos ficar juntos! Juntos!
Aqueles cretinos tinham conseguido me irritar, raptando a Selena e usando isso a seu favor para me prejudicar. Talvez eu não fosse o único esperto no jogo, mas isso iria mudar. Ah se iria.


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Capítulo 18- Just Tonight/Sweet Nothing.

P.O.V Justin
O lugar continua parado no tempo, exatamente como quando eu tinha o visitado pela última vez. Sempre com as paredes sujas e mal cheirosas, as ruas servindo de moradia para muitos, a lua como se estivesse escondida e assustada com aquele lado da cidade. Deixei o carro no estacionamento dos caras que coordenavam a boca, já que era conhecido e respeitado por ali.
Fui até um moleque que eles chamavam de “Rapa”, ele não deveria ter mais do que 18 anos, mas já coordenava toda a grana que entrava e as pequenas quantidades de droga que saíam do maior beco de Nova York, o cara tinha uma responsa grande e era muito inteligente, porém nunca sairia dali, não pensava grande, se contentava com as pequenas quantidades que vendia, com a pequena riqueza, achava que aquilo era suficiente para a felicidade suprema. Ainda bem que eu não era assim.
__Eaí moleque. – Dei um aperto de mão e ele logo suavizou a expressão quando percebeu que era eu quem havia o chamado de moleque.
__Bieber! Achei que nunca mais o veria aqui. Não tinha abandonado essa vida? – Ele disse em um tom debochado.
__ Eu estou aqui, não estou? E minha intenção ao vir até aqui não é fazer brincadeira, me vê meio pacote, e dá boa.
__E tenho cara de quem vende farinha podre por aqui, feio? Tá na mão. – Rapa me entregou meio pacote de cocaína e eu soltei umas três notas de dólares em que eu não me lembro o valor. Estava virando as costas para seguir meu caminho quando ele me chamou.
__Aí Bieber, cola aqui mais tarde, vai ter um pega dos bons, e eu te levo pra conhecer nossos novos investimentos.
__Eu te procuro por lá. – Vi o menino dar um sorriso e voltei para o carro.
Organizei cinco carreirinhas no painel do carro e peguei uma caneta que tinha no porta luvas, a desmontando e começando a puxar a primeira carreirinha. Logo minha noção estava longe de minha mente e a sensação que eu precisava tanto já me dominava. Organizei mais duas carreirinhas e as puxei tudo de uma vez, guardando o resto do pequeno pacote no porta luvas e fungando um pouco por causa da irritação que a droga provocava nas minhas vias nasais.
Encostei a cabeça no banco do carro apenas ouvindo um som distante que vinha do rádio e fechei os olhos, eu só precisava descansar, mesmo estando pilhado demais pra isso. Meus olhos não aguentavam muito tempo fechados e depois de muita insistência inútil, resolvi dar partida no carro e dirigir para lugar nenhum.
P.O.V Selena
Tomei um banho para me arrumar e limpar os locais que estavam enfaixados. Resolvi tirar as faixas e mesmo ainda sentindo muita dor na costela e alguns ferimentos no braço que ainda pareciam abertos, coloquei a roupa mais justa e provocante que tinha, junto com uma velha jaqueta de couro do Justin por cima. Ainda conseguia sentir seu cheiro, apesar de achar que era mais uma loucura de minha mente insana. Completei minha roupa com uma meia meio rasgada que usava na boate e um salto que roubei da Ashley logo depois de ir morar com ela. Lembrar-se desses momentos com Ashley me vaziam sorrir, mas logo um vazio completo me dominava. Eu sentia tanta falta do meu único porto seguro, mas não podia me aproximar dela e causar mais perigo e problemas em sua vida.
Peguei o dinheiro de emergência que Chaz havia deixado para mim em uma gaveta, depois pensaria em um jeito de devolver a ele. Sentia muita dor na costela, então resolvi tomar dois analgésicos para tentar ignorar a dor. Sabia que aquilo não me faria bem, mas eu estava fodida mesmo.  Coloquei um casaco para proteger meu corpo do frio que já caía e caminhei até uma parte mais civilizada daquela região, pegando um moto táxi e gastando praticamente todo o meu dinheiro com ele.
Cheguei à boca de fumo e fui rápida na negociação, apenas comprei metade de um pacotinho de cocaína e alguns outros comprimidos sem chamar muita atenção. Sentei em um canto no fundo do grande beco e andei rapidamente fechando cada vez mais o casaco, não importava quanto tempo passasse, eu sempre seria essa vadia fraca e medrosa. Depois de me esconder e organizar minhas carreirinhas em um caixote velho, cheirando-as em seguida, me levantei e fui procurar outro rumo. Aquele lugar me amedrontava, todos ali tinham uma história bem pesada e uma alma perdida demais para lidar. Prostituas, bandidos fracassados, adolescentes incompreendidos, adultos incompreendidos, pessoas que viram todos os seus sonhos se esfarelarem pelas suas mãos. Todos que não tinham um lugar no mundo, pertenciam àquele lugar, assim como eu. Antes de sair totalmente daquela zona, um menino de não mais que 15 anos me entregou um folheto e um aceno de cabeça e eu logo soube que era pra eu pegar e ir embora. E é claro, ficar calada. Depois de andar para uma rua mais iluminada li o folheto, que avisava de um racha que já devia estar começando, não consegui ver quem organizava ou onde era o local, pois não aguentava nem o peso do meu próprio corpo sobre meus pés, e não estava nada lúcida para alguma frase fazer sentido.  Apenas parei um carro de um homem com uns 40 e poucos anos e pedi uma “carona”. Sabia onde estava me metendo, mas eu não dava à mínima.
__Chegamos princesa. – O cara disse quando finalmente parou o carro junto de todos os outros e eu já podia avistar todas as pessoas e ouvir o som, assim como alguns barulhos de carros correndo. Nessa hora, o velho já havia passado a mão em todas as partes do meu corpo que ele tinha conseguido achar, isso que eu estava de casaco. O puxei para perto o beijando e podia sentir o cheiro de pinga barata e cigarro em sua boca, tive vontade de vomitar na mesma hora, ainda mais que a mistura dos analgésicos com a cocaína estavam fodendo todo o meu organismo. Quando já não aguentava mais e o engraçadinho já estava ficando muito ‘’animado”, mordi forte seu lábio e pude sentir o sangue escorregando e passando para meu lábio também.
__O QUE VOCÊ ACABOU DE FAZER SUA VAGABUNDA? – O cara me afastou passando a mão pelo lábio. Abri a porta do carro sorrindo e cuspindo nele tentando me livrar do gosto de sangue da boca. Saí do carro antes que ele pudesse me seguir e fui me metendo entre as pessoas. Joguei meu casaco na lixeira mais próxima e comecei a dançar junto com a música. Afinal, precisava de alguém para pagar minha bebida.
P.O.V Justin
Não sei como cheguei ao racha, mas aquela altura já tinha misturado todo tipo de bebida e já tinha fodido umas três vadias. Mesmo me esforçando o máximo, continuava praticamente lúcido como nunca. Engraçado como, os problemas geralmente vêm quando você está feliz, e agora meus problemas eram tão assustadores que nem me davam tempo para uma simples felicidade. Eles nunca me abandonavam, nem por um segundo, estava sempre os carregando como uma tatuagem, a única que eu me arrependia de ter feito.
Aquele tipo de lugar não pertencia mais a mim, e eu percebia isso observando tudo encostado no capô do meu carro. A luxuria que existia por ali, a necessidade de dinheiro fácil, de sexo, de drogas, de poder. Todos ansiavam por algo a mais, por uma vida além de algo monótono. Nenhum ali se contentava com pouco, mas tinha pouco. E eles nunca saíram do pouco, nunca. Eu tinha tudo, e no momento que estava passando não ansiava por nada. Não desejava mais nada, não queria e nem podia sair do lugar. Só queria um pouco da felicidade de volta.
P.O.V Selena
Balançava a cabeça como se todos os problemas fossem desaparecer desse jeito. O cabelo já grudava na minha testa e eu dançava com muitos corpos pertos do meu. Consegui muitas bebidas gratuitas e aproveitei para tomar uma “bala” pra “bater melhor”. Eu pisava em nuvens, depois em fogo, de repente estava em um lugar calmo e silencioso e logo em seguida em um inferno. Amava esse misto de sensação, não conseguia abrir meu olho mais do que na metade e apenas sorria sentindo a batida da música. Dancei até não aguentar mais e ser arrastava por algum cara que cheirava a creme de barbear e maconha para um canto. Estava fora da minha lucidez então não me preocupava com nada que estava fazendo ou deixava de fazer. Apenas saia quando achava que já estava cansada e tudo se tornava rotineiro. Eu não procurava por rotinas, e sim por distração.
Fui caminhado pelos carros e esbarrando entre as pessoas tentando não pisar em falso, o que era quase impossível. Ou melhor dizendo, era impossível. Tinha um sorriso bobo em meu rosto e passava a mão pelo cabelo despreocupada com a vida, sem consciência alguma, apenas paz.
Senti um braço me puxando e assim que virei choquei meu corpo contra outro corpo forte, e que cheirava a algo familiar. Sentia meus braços serem apertados com cada vez mais força e lutava tentando sair dali. Olhei para cima tentando encontrar o rosto  do homem que me segurava, mas não conseguia enxergar muita coisa. Só sentia minha cabeça fisgar e meu coração bater mais forte que o normal, sem falar na dor insuportável que o aperto nos braços estava causando. E então eu o focalizei. Espantado, com os lábios entreabertos e os olhos abertos demais, o cabelo caindo sobre o rosto e a barba loira mal feita. Não sabia se era uma alucinação, ou se era alguém muito parecido. Mas eu jurava por tudo que havia de sagrado em minha vida, que quem me segurava era Justin.
Ele segurou meu rosto o apertando e me beijou, talvez para provar que eu era real. E foi aí que percebi que era o Justin, e eu não precisava estar sã para reconhecer seu beijo. Apertei seus ombros, seus braços e seu peito, logo depois agarrando seu pescoço e eu podia afirmar que não me importaria de morrer por falta de ar naquele instante. Eu precisava dele. Justin puxava meus cabelos cada vez mais e com outra mão apertava minha cintura, aproximando nossos corpos o mais perto possível.
Ele me jogou para o capô de um carro e continuou me beijando ainda mais, me dando impulso para sentar no capô e envolver minhas pernas em sua cintura. Beijei o local onde sua barba estava por fazer, a maçã de sua bochecha, sua testa, seus olhos que se encontravam fechados, beijei tudo que conseguia localizar com a boca enquanto Justin beijava meu pescoço e meu colo. Depois de uns 10 minutos ele se separou brutalmente de mim e eu apenas fiquei sem reação.
__Como... Você... Sua vagabunda. – Justin não conseguia formar uma frase e eu conseguia sentir o choque e a tensão em seus olhos. Minha cabeça girava, e eu sabia que se não me apoiasse nele iria cair. Isso não era pra estar acontecendo, eu deveria fugir dele, me esconder ou se não todo meu plano (e provavelmente minha vida) estaria arruinado. Apenas entre abri os lábios olhando em seus olhos sem saber o que dizer, ou o que pensar e ele aproximou mais uma vez os lábios de mim. Antes de encostá-los aos meus, mudou o rumo deles para a minha orelha e sussurrou:
__Entre no carro, e não diga uma palavra. - Sua voz rouca me fez estremecer, e a tensão de não saber o que ele poderia fazer comigo mais ainda.
Como eu nunca ligo para meus sentimentos ou pressentimentos, apenas assenti e entrei no carro, sem encará-lo uma única vez.
Aqui estamos,
Mal posso pensar com tantas pílulas
Ligue o carro e me leve para casa,

Aqui estamos,
E você está muito bêbado para ouvir uma palavra que eu digo,
Ligue o carro e me leve para casa

Passamos o caminho inteiro em silêncio e só quando ele parou o carro é que eu percebi onde estávamos. No velho e escondido galpão.
Justin saiu do carro e eu fiz a mesma coisa, caminhando logo atrás dele. Depois de destrancar a porta, ele me esperou entrar e fechou o portão atrás dele. O olhei com receio, logo esperando uma voz rouca conhecida gritando ou alguma ardência no meu rosto, mas tudo que ele fez foi me empurrar para o sofá e voltar a me beijar. Tirei sua camisa a desabotoando sem cortar o beijo e ele logo tirou minha –ou sua- jaqueta, passando as mãos pelos meus braços e começando a beijar meus ombros, trocando a posição das mãos para dentro da minha blusa agora. Ele andou comigo até a frente do sofá me fazendo deitar e se deitando por cima de mim, tirando minha blusa e meu sutiã. Sem pensar duas vezes, comecei a desabotoar sua calça com uma certa dificuldade, já que Justin estava me enlouquecendo beijando e chupando meus seios e minhas mãos tremiam por causa das pílulas e de toda tensão que sentia.
Só esta noite eu vou ficar e nós vamos jogar tudo fora,
Quando a luz atingir seus olhos,
Estará me dizendo que estou certa,
E se eu,
Se eu acabar,
É tudo por sua causa
Apenas esta noite.

Quando finalmente consegui tirar sua calça, já estava completamente nua –e louca-. Justin se posicionou em mim já com a camisinha e depois de uma troca de olhares impiedosos, começou a me penetrar, devagar. Fechei os olhos gemendo alto e o puxei pelos cabelos alcançando seus lábios e tornando daquele momento eterno. Não continha um gemido, um movimento, um beijo, uma mordida, um chupão. Fiz tudo com os olhos completamente fechados, saboreando cada momento, cada investida que Justin fazia, invertendo suas entocadas entre lentas e torturantes e rápidas e deliciosas.
Aqui estou eu,
E eu não consigo ver direito,
Mas eu estou muito entorpecida para sentir agora.

E aqui estou eu,
Olhando para o relógio que está levando embora meu tempo,
Eu estou muito entorpecida para sentir agora.

Assim que cheguei ao meu ápice e Justin também, o abracei forte pelos ombros e ele me envolveu pela cintura, apertando minhas costelas em uma dor maravilhosa. Justin me colocou de lado, saindo completamente de mim e encostando a cabeça em meu ombro. Ele suspirava e eu sabia que queria falar algo, e eu também queria, mas estava cansada demais pra isso. Maravilhada demais pra isso, feliz demais pra qualquer tipo de coisa.
Você entende quem eu sou? Você quer saber?
Você pode realmente ver através de mim?
Agora eu tenho que ir.

Já havia se passando horas e Justin dormia, mas eu não conseguia nem ao menos fechar os olhos. O efeito da droga já havia praticamente passado por completo, ou era minha mente perturbadora que era mais forte que qualquer alucinógeno. A sensação de ter os braços do Justin me envolvendo novamente era como estar no paraíso e saber que tem que ir embora, ou ter a sensação de que a qualquer momento, vão te expulsar, ou tudo vai se tornar em um inferno novamente. Eu sabia que não podia voltar pra ele, para aquela casa, sem falar que teria que passar por todo um interrogatório e uma dor inconsolável que só Justin e suas crueldades podiam me dar.

Apenas hoje à noite
Eu não vou ir
Eu vou mentir e você vai acreditar,
Só hoje à noite,
Eu vou ver que é tudo por minha causa.

Mas algum imã, alguma coisa, alguma “força” me fazia ficar. Obrigava-me a ficar e nunca mais ir embora. Porque era ali, que eu pertencia, eu pertencia àquele homem e nada que eu fizesse poderia mudar isso. Eu apenas... Precisava me proteger antes, e ter a certeza que estava completamente segura novamente.
Só precisava lutar com meu último e único demônio do passado, para poder começar um futuro com Justin.

P.O.V Justin
Acordei com seu cheiro doce, mas abri os olhos percebendo que era um doce nada. Nenhum sinal dela ali, que antes estava ao meu lado. Sabia que não era uma alucinação, pois todos os rastros dela continuavam ali, e sua jaqueta jogada no braço do sofá só confirmou tudo para mim. Levantei furioso e a peguei na mão, sentindo seu cheiro e logo depois a jogando no chão. Ela não poderia ter me deixado de novo, ela não poderia e não iria me fazer de idiota. Não mais.
Você pegou meu coração e entregou sua boca
E com a palavra, todo o meu amor saiu à tona
E cada sussurro é pior
Esvaziado por uma única palavra
Há um vazio em mim agora.

Eu não ia mais aceitar uma vida sem ela, não tendo a certeza de que ela estava viva e que a tive toda para mim na última noite. Ela não ia desaparecer da minha vida nunca mais, e eu iria até o inferno para trazê-la de volta. A verdade é que não importava o que ela queria, ou o quanto estava me fazendo de idiota forjando sua morte, ou me fazendo acreditar nela. Eu precisava de Selena mais do que tudo, e as coisas só voltariam a andar como antes se ela estivesse no jogo junto a mim.

Então eu coloquei minha fé em algo desconhecido
Estou vivendo em um nada tão doce
Mas eu estou cansado de esperar e não ter nada para segurar
Estou vivendo em um nada tão doce
E é difícil aprender
E é difícil amar
Quando você está me dando um nada tão doce.

Não sabia como havia a encontrado, e como talvez agora eu começasse a acreditar em destino, a única coisa que tinha a total certeza é que ela estava ali, mais viva do que nunca, mais minha do que nunca. Eu a vi, a toquei, a senti, de carne e osso, minha linda Selena... Ela estava me deixando louco por nada.
Andava de um lado para o outro como um maníaco, puxando os cabelos e bufando alto. Ela estava viva, estava escondida em algum lugar, sendo encoberta por alguém e eu fui estúpido demais para não pensar nessa hipótese.
Não é fácil pra eu deixar pra lá
Porque eu engoli cada palavra
E cada sussurro, cada suspiro.
Varre esse meu coração
Há um vazio em mim agora.

Selena estava viva, e eu reviraria esta cidade, este estado, este país, o mundo inteiro se fosse preciso... Mas eu a teria de volta.

E eu podia afirmar isso com toda a certeza. 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Capítulo 17 - The Drug In Me Is You.

P.O.V Selena
Flashback ON
__Justin, pela vigésima vez, onde estamos indo? – Perguntei sorridente o olhando. Ele apenas abriu um sorriso, mas não seu sorriso típico, todo malicioso e confiante. Era um sorriso puro, sem um adjetivo certo, era apenas um sorriso.
__Pode parar de perguntar isso, nem perca seu tempo, linda. – Ele pousou a mão sobre minha coxa esfregando uma ou duas vezes e depois a deixou ali.
__Odeio surpresas. Vou ficar brava com você. – Fiz um bico tentando mais uma vez fazer sua cabeça, mas Justin não mudava a expressão nunca, como era possível tirar algo dele?
__Odeio pessoas bravas comigo. E adoro você. – Ele me olhou de relance passando a língua nos lábios e sorrindo. Abaixei a cabeça envergonhada e soltei uma risada de leve. De vez em nunca ele soltava essas indiretas desconexas e quase fofas demais para alguém como ele, e de vez em nunca também, eu sabia como reagir.
Já era noite e o sol já havia desaparecido completamente.  As luzes de Nova York se acendiam, quase que em sincronia, se transformando em umas das paisagens mais belas do mundo. Mas é claro que para os meros mortais que passavam nas calçadas, buzinavam de dentro dos seus carros ou motocicletas ou simplesmente curtiam a noite ali, a paisagem passava despercebida. Mas para mim não. A grande surpresa de Justin era essa: Me levar no ponto mais alto de Nova York para assistir o centro todo se acender lá de cima. Estávamos sentados quase que na beira do terraço, em cima de cobertores e almofadas que junto com várias frutas e um champanhe incrivelmente gelado e delicioso, apareceram magicamente lá. Justin estava com a mão na minha cintura e o rosto enterrado em meu pescoço, brincando com minha pele - e com minha sanidade também. -
__Sabe? Se eu não te conhecesse tão bem, diria que está tentando me impressionar. – Disse não contendo o sorriso de timidez e felicidade. Justin parou o que estava fazendo para me encarar e deu um meio sorriso.
__Você não me conhece tão bem, e esse é um dos motivos.
__Mas ser romântico ou levar mulheres em encontros não parece fazer muito o seu tipo. – Espremi os olhos e ele soltou uma risada, enchendo mais seu copo e o meu e ficando mais relaxado.
__É, não faz mesmo. Nunca fui a um encontro, então, considere-se minha primeira.
__Nossa, que honra. – Disse sendo irônica e revirando os olhos. – Mas falando sério, por que fez tudo isso?
__Não sei... Acho que pra te mostrar que posso ser diferente de tudo que aparento ser. – Espremi mais ainda os olhos e ele riu. – Ou que pelo menos estou tentando ser diferente do que aparento ser.
__Bom, se quer me impressionar, está funcionando, isso aqui é lindo. – Falei observando a cidade e depois olhei para Justin de novo, que estava em silêncio e sem expressão no rosto. Seus olhos brilhavam tanto quanto as luzes da cidade e seu cabelo já por cortar caía sobre seus olhos.
__Você também é. – Ele se aproximou mais beijando o canto da minha boca e envolvendo meu rosto com as mãos. Dei um selinho nele que jogou seu corpo com mais força para cima do meu e envolveu minha cintura, me beijando de verdade dessa vez. Quando paramos por falta de oxigênio, ele colou sua testa na minha, em um gesto totalmente inesperado. Fechei os olhos por impulso rezando para que nenhuma chuva ou contratempo estragasse um dos melhores momentos da minha vida. Há quantos anos não me sentia assim, tão viva?
__Você é linda, Gomez. – Ele disse novamente com seus olhos perdidos, focados em mim, mas não concentrados em meu rosto. Desci meu olhar para sua boca, que estava entre aberta e sorri antes de me aproximar dele novamente, o puxando pelo pescoço cada vez para mais perto de mim, do meu corpo. Sua língua invadiu minha boca e logo começamos a nossa batalha insaciável, quem cederia primeiro? Quem aproveitaria mais aquele beijo?
O que sentia por ele não poderia nunca acabar eu simplesmente precisava de momentos como aquele para viver. Justin era minha nova droga. E todas que eu já havia provado, ele era a minha favorita.
Flashback OFF
Saí do transe me levantando da cama com um pouco de dificuldade, e passando a mão pelo rosto. Não sabia ao certo quanto tempo tinha ficado viajando nas minhas memórias, só sabia que aquilo não tinha me feito nada bem. Não adiantava o tanto que eu tentasse, eu nunca ia conseguir tira-lo da minha cabeça. Em apenas dois meses, ele se tornou tudo que eu precisei minha vida toda, e eu não ia conseguir apagar uma cicatriz como essa. E eu tinha quase certeza que não queria apaga-la. 
Caminhei até o banheiro jogando água pelo meu rosto e me encarando no espelho. Oh, novamente não. Eu estava me perdendo, estava tendo outra crise de ansiedade. Me encostei na parede e deslizei meu corpo até o chão, inspirando o ar e tentando solta-lo com toda a força que eu tinha. Era cada vez pior para respirar, e eu sentia meu corpo inteiro soar e tremer. Não aguentava mais passar por isso pelo menos duas vezes por dia. Abracei meus joelhos e abaixei a cabeça tentando manter a calma.
Meu corpo trêmulo envia arrepios para a minha espinha
Adrenalina começa a se mover intensamente
Seus segredos te mantém doente, suas mentiras te mantém vivo
Dois pontos cada vez que você joga com dados desonestos
Eu senti a escuridão enquanto ela tentava me destruir
O tipo de escuridão que assombra uma casa de cem anos
Eu luto com os meus pensamentos, eu apertei a mão da dúvida
Correndo do meu passado, eu estou suplicando: Pés, não me falhem agora!
 As lágrimas já rolavam desesperadas pelo meu rosto, eu estava sem controle, e eu sabia exatamente por que. Era muito mais fácil conter minhas crises de abstinência com Justin por perto. Estava sempre distraída, sempre bebendo, sempre me ocupando com ele. E agora estava sozinha, presa, pressionada e sabia que a única coisa que me salvaria daquilo era também a única que me deixava sem salvação.
Eu perdi a droga da minha cabeça
Isso acontece o tempo todo
Eu não posso acreditar que o meu destino é mesmo estar aqui
Tentando consumir
A droga em mim é você
E eu estou tão miserável
Você não vê?
Eu não podia mais ignorar que era uma viciada. 
E não uma ex- viciada, uma viciada de verdade. Precisava de ajuda, ajuda e consolo da minha melhor amiga, precisava dela de volta.
E era isso que ia fazer, ia buscar pela minha felicidade miserável mais uma vez. Iria voltar as minhas malditas origens, minha maldita casa.
Eu iria voltar para a boca de fumo da cidade que nunca dorme, e iria me perder lá para compensar a falta que ele me fazia.
P.O.V Justin
Flashback ON
Estava com muito calor, mas não tinha coragem para se quer me mover. Selena dormia sobre meu corpo e seus cabelos grudavam em meu peito soado. Ela era tão linda, mais linda assim, dormindo, com expressões leves, um quase sorriso no lábio. Seu peito subia e descia e minha mão deslizava devagar pelas suas costas quentes e desnudas. Eu nunca iria conseguir explicar como tinha achado aquela mulher. Ou como ela havia entrado na minha vida. Eu só sei que ela estava ali, convivendo comigo, dormindo comigo, e eu não tinha motivo nenhum pra reclamar disso. Se fosse parar para pensar na nossa história, ela não era nada além de confusa e sem peças que combinavam, mas o que importava afinal? Apenas fazia o maior sentido pra mim. Tê-la em meus braços e poder tocar seu corpo a noite toda, aliviar todo meu estresse e minha tensão com a mulher mais incrível que eu já tinha conhecido. E se mesmo assim não fazia sentido, foda-se. Eu estava feliz, feliz de um jeito que nunca tinha ficado antes. Estava feliz porque sabia que ela era minha, sabia que só eu poderia toca-la, vê-la dormir e sorrir de um jeito tão sereno. Feliz porque sabia que ela estava sempre lá me esperando e não tinha sensação melhor do que essa.
Ficar envolvido desse jeito era um problema que eu faria questão de só resolver daqui há um milhão de anos. Se dependesse de mim, ela não iria embora nunca.
Selena abriu os olhos devagar e sorriu para mim, enquanto eu enrolava seu cabelo com a ponta dos dedos.
__Você estava me olhando dormir? – Ela perguntou com a voz sonolenta e o rosto amassado.
__Sim. – Assenti, eu queria tanto segurar o sorriso, mas sempre acabava bancando de idiota e sorrindo mesmo assim. Ela sorriu mais ainda me dando um selinho e eu retribuí subindo por cima de seu corpo, aprofundando o beijo.
__Não quero que você vá embora. – Falei em um tom quase que desesperado enquanto beijava seu pescoço em uma pausa para respirar e me arrependi amargamente depois. Aquele era o tipo de coisa que eu não deveria deixar sair da minha boca nunca. Ela afastou meu corpo um pouco do seu me olhando com os olhos espremidos e depois sorriu.
__Não quero ir embora. – A olhei por um segundo e depois voltei a beijá-la, começando mais uma vez meus momentos de felicidade.
Eu nunca iria admitir que ela me tivesse na palma das mãos, mas isso era uma realidade que eu não conseguia conter.
Flashback OFF.
__Justin? Você ouviu o que eu disse? – Minha mãe me disse me fazendo despertar do transe. Sai da porra da minha mente, Gomez.
__Ahn, sim, mãe.
__E já tomou sua decisão? – Ela me perguntou esperançosa. Porém aquelas malditas memórias tinham mexido demais com a minha cabeça, eu precisava sair, ficar sozinho.
__Não, não vou nesse jantar pra me aliar com esses porcos iguais o seu marido. – Revirei os olhos e ela me encarou triste. – Essa é minha decisão, pra sempre, mãe. Tenho que ir. – Beijei seu rosto saindo da cozinha.
__JUSTIN! NÃO SE ESQUEÇA DE QUE ELE TAMBÉM É SEU PAI! – Ela gritou para mim e eu apenas continuei a andar até o carro.
Eu tenho estas perguntas sempre passando pela minha cabeça
Tantas coisas que eu gostaria de entender
Se nós nascemos pra morrer e todos morremos pra viver,
Então qual o objetivo de viver a vida se ela só se contradiz?
Eu senti a escuridão enquanto ela tentava me destruir
O tipo de escuridão que assombra uma casa de cem anos
Eu luto com os meus pensamentos, eu apertei a mão da dúvida
Saí da casa cantando pneu e dirigi pelas ruas mais desertas daquele bairro, cada vez mais rápido. Não conseguia pensar em nada a não ser que não aguentava mais. Não aguentava mais essa vida de merda que estava levando, eu estava vivenciando o pior momento da minha vida. Estava vendo meus negócios afundarem, meus amigos se afastarem, minha mãe morrendo lentamente e meu pai me pressionar cada vez mais para ser o próximo manda chuva mirim no governo dele. E estava aguentando tudo isso sozinho, com as malditas lembranças do meu tempo com Selena sempre me perseguindo. Eu sabia que um dia ia ter que enfrentar todo esse problema de me deixar levar pelo momento, de deixar ela se acomodar em minha vida. Agora, os dias em que não falava com ela apenas não pareciam... Dias corretos.
Eu perdi a droga da minha cabeça
Isso acontece o tempo todo
Eu não posso acreditar que o meu destino é mesmo estar aqui
Tentando consumir
A droga em mim é você
E eu estou tão miserável
Você não vê?
Era muita pressão, muita barra para eu aguentar sozinho. Eu estava cada vez mais perdido e não sabia mais como me divertir sem algum pensamento desses me assombrar. Eu estava morrendo, estava desfalecendo em miséria sem ela por perto. Fiquei dois meses entorpecido com ela, sem precisar de mais nada para me mantar com sanidade.
Eu enlouqueci
Você tentou me alcançar, mas você simplesmente não pode me ajudar
Até logo, adeus
Você tentou me salvar, mas isso não vai funcionar desta vez
Mas agora era diferente, e eu precisava perder minha mente novamente, precisava me desligar do mundo do meu jeito velho. Sempre funcionou e não seria diferente agora. Ela me ajudou, mas dessa vez não ia funcionar.
Eu perdi a porra da minha cabeça
E não tem mais porra de tempo
Eu não posso acreditar que o meu destino é mesmo estar aqui
Tentando consumir
A droga em mim é você
E eu estou tão miserável
Você não vê?
Eu precisava da minha antiga e única salvação, precisava me drogar.
E eu sabia exatamente onde iria encontrar o substituto perfeito para a falta que Selena me fazia.

Longe de tudo, de todos os conhecidos, de todas as pessoas que queriam me julgar ou me rotular, eu iria para um lugar onde eu sabia que todos estavam se perdendo em busca da salvação. Eu iria para a maior boca de fumo de Nova York novamente. 

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Oi!! Como prometido eu postei dois capítulos essa semana, e vou tentar fazer sempre isso, escreve sempre que eu posso, o que ultimamente está sendo quase nunca... Enfim, esse capítulo foi mais chatinho e pra enrolar um pouco, no próximo as coisas vão ficar bem interessantes. Hehe
PS. A música tema desse capítulo é "The Drug In Me Is You" do Falling In Reverse, recomendo ela. 
Por favor, me falem a opinião de vocês por aqui ou pelo meu twitter: @jbtoxicsg